O objetivo da falsa narrativa seria unicamente promover guerra política contra o Governo Bolsonaro. No sábado (27/07) os indígenas da aldeia Waiãpi relataram à polícia uma invasão de garimpeiros em suas terras no município de Pedra Branca do Amapari. A principal fonte da informação seria o indígena Jawaruwa Waiãpi, que é vereador do partido REDE, e um dos supostos líderes da aldeia.
O vereador indígena e socialista teria comunicado a suposta invasão seguida de morte ao senador Randolfe Rodrigues, também da Rede, que espalhou a notícia pela internet. O próprio senador teria solicitado a presença da Polícia Federal e do Exército para, nas palavras dele, evitar confrontos.
No entanto, informações oficiais divulgadas nessa segunda-feira (29/07) pelo Exército Brasileiro dão conta de que o suposto conflito não existiu, nem mesmo indícios de invasão. A declaração do Exército foi dada com base em perícia feita pela Polícia Federal. O Comandante do Exército Brasileiro no Amapá, General Luiz Gonzaga Viana Filho, afirmou:
Pelo trabalho pericial feito pela Polícia Federal, um trabalho científico de peritos, não houve, até o momento, conflito.
Logo em seguida, a Funai afirmou em nota que não há indícios de presença de grupos armados no local e que será feito um relatório pormenorizado. Ainda segundo o General Viana Filho, agentes da Polícia Federal foram enviados à região no domingo (28/07) e investigaram possíveis rastros de garimpeiros. No entanto, não foram enviadas tropas do Exército para a terra indígena.
A perícia realizada pela equipe técnica científica da Polícia Federal usou peritos florestais, drones e demais equipamentos e não encontrou nenhum indício de invasão, seja de garimpeiros ou terceiros. Segundo o General Viana Filho, a afirmação de que houve invasão em massa de pessoas armadas é descabida.
Quanto à identidade do indígena morto, constatou-se ser de um dos líderes do povo Waiãpi, Emyra Waiãpi. Ele tinha 62 anos e tinha perfurações na área pélvica, segundo a Polícia Militar do Amapá, que enviou equipe do BOPE à região no domingo.
A morte ocorreu no dia 23 de julho, mas só foi relatada no dia 27/07, e trata-se de um aparente caso de homicídio, que ainda está sob investigação. O corpo já foi enterrado segundo as tradições indígenas, e caso necessite de exumação para perícia, será necessário acordo com as lideranças indígenas e a Funai.
O Conselho das Aldeias Waiãpi afirma que a morte não teve testemunhas, e somente foi descoberta no dia 23/07. Apesar disso, insistem na versão de que houve invasão nas terras e que a morte foi causada por um não-indígena.
02 de agosto de 2019
paulo eneas e clau de luca
Crítica Nacional
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