Um dia depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir barrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os potenciais herdeiros de votos do petista, Ciro Gomes e Marina Silva, comentaram o cenário eleitoral sem Lula na disputa. Ciro Gomes, que concorre à Presidência pelo PDT, fez uma caminhada pelo calçadão de Curitiba, onde Lula está preso por corrupção e lavagem de dinheiro. “Por mais que se deteste o Lula em alguns setores e se idolatre em outros, é um trauma que um dos principais líderes do país esteja impedido de participar do processo eleitoral — afirmou o pedetista.
O candidato à Presidência pelo PDT disse ainda que foi bom que a decisão do TSE sobre Lula tenha sido tomada agora, e não mais perto das eleições, o que geraria um tumulto e poderia “tirar a legitimidade” do próximo presidente. “Agora o eleitor pode olhar para o debate com mais clareza” — acrescentou.
NÚMEROS POSITIVOS – No segundo evento do dia, no Sindicato dos Metalúrgicos do Paraná, Ciro usou números positivos do governo Lula enquanto explicava suas propostas de governo. “O desemprego era de 4 milhões de pessoas no governo Lula, hoje chega a 13 milhões de pessoas”, disse ao explicar por que revogaria a reforma trabalhista.
Perguntado se os elogios eram uma forma de cativar eleitores órfãos de Lula, Ciro contestou: “Quem herda voto é coronel, de curral”— disse.
E OS PROTEGIDOS? – Por sua vez, a coordenação da campanha da ex-senadora Marina Silva, segundo uma fonte ligada à candidata da Rede, deve debater nos próximos dias como fica a corrida eleitoral. Marina cobrou, neste sábado, em agenda em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, julgamento de políticos com foro privilegiado.
“Aqueles que já pagam por seus erros a Justiça já os alcançou, mas não pode haver dois pesos e duas medidas. O foro privilegiado está protegendo o Renan (Calheiros), o (Romero) Jucá, o Aécio Neves e isso não é justo e o povo quer que todos paguem pelos seus crimes” — afirmou.
Perguntada se a saída de Lula da disputa a ajudava na corrida eleitoral, a ex-senadora rejeitou a hipótese. “Eu nunca trabalhei com essa história de mais fácil. Na minha vida nunca teve essa coisa de mais fácil” — disse a candidata, evitando analisar a decisão do TSE
02 de setembro de 2018
Luiza Dalmazo
O Globo
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