ALIADOS DE ALCKMIN TEMEM DELAÇÃO DE EX-SECRETÁRIO DE SP PRESO
Dizendo-se surpreendidos pela operação que atingiu um ex-secretário do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), aliados do presidenciável temem uma delação premiada e lamentam a má notícia para a imagem do tucano no momento em que o pré-candidato tenta demonstrar força para fechar alianças e decolar nas pesquisas.
Laurence Lourenço, ex-secretário de Transportes e ex-presidente da Dersa, estatal paulista que administra rodovias, e outros 14 servidores foram presos na quinta (dia 21). Oito deles foram soltos nesta sexta (dia 22), medida que não incluiu Lourenço. A juíza Maria Isabel do Prado determinou a libertação após o Ministério Público Federal alegar que não havia mais interesse na prisão dos oito para as investigações.
ADITIVOS ILEGAIS – Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público, a Dersa assinou aditivos irregulares nas obras do Rodoanel que trouxeram prejuízo de mais de R$ 600 milhões.
Entre interlocutores de Alckmin, condenou-se a forma com que Lourenço foi abordado, considerada feroz para constrangê-lo a delatar ou envolver outras pessoas no esquema investigado.
Aliados do presidenciável disseram que à defesa de Lourenço foi dificultado o acesso ao processo mesmo depois da prisão, em suposto método de pressão dos investigadores.
CAIXA DOIS – O temor é que o desenrolar da Operação Pedra no Caminho aponte abastecimento de caixa dois de campanha a partir de um superfaturamento nas obras do Rodoanel.
Até entre alckmistas que rechaçam a hipótese de delação, lamenta-se que essa sombra volte a rondar o presidenciável. Há menos de um mês, outro dirigente da Dersa foi solto pela segunda vez sob a ameaça de que poderia delatar. Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foi posto em liberdade no final de maio, por decisão de Gilmar Mendes, do Supremo.
Souza, suspeito de ser operador do PSDB, é investigado por irregularidades em desapropriações do Rodoanel Sul que teriam gerado prejuízos de R$ 7,7 milhões.
NA DEFESA – Diante do novo revés de Alckmin, que atinge somente 7% no Datafolha, aliados se apressaram em reforçar a defesa de que o tucano não tem qualquer envolvimento em eventuais esquemas irregulares.
Nas investigações sobre desvios do Rodoanel, a PF também identificou movimentações suspeitas nas contas do ex-diretor da Dersa Pedro da Silva, um dos que continuaram presos nesta sexta.
Duas empresas das quais ele foi sócio receberam três depósitos que somam R$ 571 mil do Grupo Paulista de Investimentos e Participações. O grupo, segundo a polícia, pertence a Law Kin Chong, que já foi considerado um dos maiores contrabandistas do Brasil e é dono de diversos imóveis em São Paulo. Chong foi preso em novembro de 2007.
“LARANJAS” – A PF também identificou depósitos de pessoas físicas em espécie, possíveis laranjas.
“A movimentação está a indicar o recebimento de vultosas quantias, tendo como depositantes indivíduos que, em tese, não têm condições econômico-financeiras. Trata-se de graves indícios do recebimento de valores com origem ilícita”, diz o relatório.
A defesa de Pedro da Silva nega que ele tenha cometido crimes.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Alckmin, identificado como “Santo” na famosa planilha da Odebrecht, precisa se benzer e comparecer a uma missa nos Barbadinhos. Seu horóscopo indica inferno astral permanente. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Alckmin, identificado como “Santo” na famosa planilha da Odebrecht, precisa se benzer e comparecer a uma missa nos Barbadinhos. Seu horóscopo indica inferno astral permanente. (C.N.)
26 de junho de 2018
Thais Bilenky
Folha
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