Pelo menos, com este governo de transição, o País obteve resultados importantes na área econômica, os quais devem ser mencionados, a exemplo da inflação baixa, da saída de uma monumental recessão e da acentuada queda da taxa básica de juros (Selic).
Neste exato momento, pressinto que o nosso próximo grande desafio já desponta atrás de um horizonte sombrio da pós-eleição.
Essa nova etapa que enfrentaremos terá forte influência nos destinos da Nação. Será decisiva na manutenção e na transformação deste cenário que vem apresentando uma preguiçosa recuperação, mesmo considerando que sofremos uma retração brutal que durou quase três anos, uma das piores, dentre outras, que já tivemos a oportunidade de vivenciar.
Inegavelmente o câmbio tornou-se a tônica do atual momento econômico mundial e nacional.
É importante ressaltar que a impetuosidade apresentada pela moeda americana está sendo atribuída quase que exclusivamente a razões externas, com a previsão de alta dos juros nos EUA, como decorrência dos resultados otimistas da política monetária adotada pelo governo americano e uma maior aversão ao risco por conta da guerra comercial.
Entretanto, não podemos deixar de embutir nela, uma pequena “pitada” de incertezas levemente provocadas pelas extensas indefinições antevistas na sucessão presidencial de outubro próximo, o que abre espaço para que a moeda no segundo semestre possa subir ainda mais, podendo até ultrapassar a casa dos R$ 3,70, segundo alguns analistas econômicos.
Lembro-me de que logo no início do ano, sem muito alarde, alguns economistas comentavam informalmente, no mercado financeiro, as reais possibilidades de o dólar chegar ao final de agosto a R$ 3,50, por conta da expectativa de uma disputa bastante acirrada que certamente teremos até o final desta eleição. Acontece que isso ocorreu bem antes do que se imaginava. Há uma expressão comum utilizada no mercado que diz que “o câmbio é a variável que Deus criou para dar humildade aos economistas”.
Na verdade, de janeiro até abril neste exercício, o dólar saiu de R$ 3,15 para R$ 3,50, de forma quase que continuada, mas essa desvalorização está em linha com outras moedas. Ao se considerar a média do mês de janeiro, a desvalorização fica ainda um pouco menor, pois o mínimo de R$ 3,15 foi após a decisão do TRF-4 que confirmou a condenação do ex-presidente Lula, diminuindo substancialmente as suas chances de ser candidato na eleição de outubro.
Essa nova etapa que enfrentaremos terá forte influência nos destinos da Nação. Será decisiva na manutenção e na transformação deste cenário que vem apresentando uma preguiçosa recuperação, mesmo considerando que sofremos uma retração brutal que durou quase três anos, uma das piores, dentre outras, que já tivemos a oportunidade de vivenciar.
Inegavelmente o câmbio tornou-se a tônica do atual momento econômico mundial e nacional.
É importante ressaltar que a impetuosidade apresentada pela moeda americana está sendo atribuída quase que exclusivamente a razões externas, com a previsão de alta dos juros nos EUA, como decorrência dos resultados otimistas da política monetária adotada pelo governo americano e uma maior aversão ao risco por conta da guerra comercial.
Entretanto, não podemos deixar de embutir nela, uma pequena “pitada” de incertezas levemente provocadas pelas extensas indefinições antevistas na sucessão presidencial de outubro próximo, o que abre espaço para que a moeda no segundo semestre possa subir ainda mais, podendo até ultrapassar a casa dos R$ 3,70, segundo alguns analistas econômicos.
Lembro-me de que logo no início do ano, sem muito alarde, alguns economistas comentavam informalmente, no mercado financeiro, as reais possibilidades de o dólar chegar ao final de agosto a R$ 3,50, por conta da expectativa de uma disputa bastante acirrada que certamente teremos até o final desta eleição. Acontece que isso ocorreu bem antes do que se imaginava. Há uma expressão comum utilizada no mercado que diz que “o câmbio é a variável que Deus criou para dar humildade aos economistas”.
Na verdade, de janeiro até abril neste exercício, o dólar saiu de R$ 3,15 para R$ 3,50, de forma quase que continuada, mas essa desvalorização está em linha com outras moedas. Ao se considerar a média do mês de janeiro, a desvalorização fica ainda um pouco menor, pois o mínimo de R$ 3,15 foi após a decisão do TRF-4 que confirmou a condenação do ex-presidente Lula, diminuindo substancialmente as suas chances de ser candidato na eleição de outubro.
Portanto, para se ter uma ideia, do início do ano até agora, o real desvalorizou 7,8%, o peso argentino 10%, o rublo russo 8% e a lira turca 7,9%.
Se por acaso as incertezas políticas se ampliarem ainda mais, isso poderá levar o dólar a superar tranquilamente a marca admitida dos R$ 3,70, porém a vitória de um candidato comprometido com as reformas e que tenha um perfil “market friendly” (amigável às ideias de mercado) poderá trazê-lo, no curto prazo, de volta a um patamar em torno de R$ 3,30 a R$ 3,40.
Se por acaso as incertezas políticas se ampliarem ainda mais, isso poderá levar o dólar a superar tranquilamente a marca admitida dos R$ 3,70, porém a vitória de um candidato comprometido com as reformas e que tenha um perfil “market friendly” (amigável às ideias de mercado) poderá trazê-lo, no curto prazo, de volta a um patamar em torno de R$ 3,30 a R$ 3,40.
Grande parte atualmente dessa turbulência com o câmbio ainda não é culpa nossa, mas, daqui para frente, tenho plena certeza de que se trilharmos um caminho errado, nossa responsabilidade poderá ser única.
Esta evolução do preço do dólar é completamente diferente da que vimos em 2002, quando ocorreu uma “explosão” cambial. Diante disso, este movimento não deverá, até então, prejudicar as decisões do Banco Central (BC) quanto à sua relação com os juros básicos da economia brasileira.
Com relação à inflação, ela vem nos surpreendendo positivamente desde o final do ano passado e ninguém a imaginava tão baixa como esta com que estamos convivendo no presente. Apesar de termos uma ameaça projetada para o segundo semestre, em função de uma possível alta dos alimentos e com este avanço do dólar, a inflação poderá se deslocar, subindo dos atuais R$ 2,80% para algo próximo de R$ 3,50%, um ponto percentual abaixo da meta prevista pelo BC, podendo até aceitar um relativo desafogo.
Se fizermos uma rápida reflexão no campo político diante dos prováveis candidatos que concorrerão ao primeiro turno do próximo pleito, o ex-governador paulista Geraldo Alckmim (centro-direita tradicional), por enquanto, ainda é o “queridinho” do mercado, embora seu desempenho nas últimas pesquisas divulgadas não apresente crescimento satisfatório, mesmo demonstrando ser um dos poucos candidatos que apresenta convicção econômica e determinação para brigar pelas reformas, especialmente, a da Previdência, a mais impopular de todas elas.
Para mim, o grande risco é a inexistência de políticos que apresentem uma força política e estejam seriamente alinhados com a estabilidade econômica do Brasil, para fazer aprovar tudo o que for preciso e cumprir integralmente este inadiável objetivo.
Esta evolução do preço do dólar é completamente diferente da que vimos em 2002, quando ocorreu uma “explosão” cambial. Diante disso, este movimento não deverá, até então, prejudicar as decisões do Banco Central (BC) quanto à sua relação com os juros básicos da economia brasileira.
Com relação à inflação, ela vem nos surpreendendo positivamente desde o final do ano passado e ninguém a imaginava tão baixa como esta com que estamos convivendo no presente. Apesar de termos uma ameaça projetada para o segundo semestre, em função de uma possível alta dos alimentos e com este avanço do dólar, a inflação poderá se deslocar, subindo dos atuais R$ 2,80% para algo próximo de R$ 3,50%, um ponto percentual abaixo da meta prevista pelo BC, podendo até aceitar um relativo desafogo.
Se fizermos uma rápida reflexão no campo político diante dos prováveis candidatos que concorrerão ao primeiro turno do próximo pleito, o ex-governador paulista Geraldo Alckmim (centro-direita tradicional), por enquanto, ainda é o “queridinho” do mercado, embora seu desempenho nas últimas pesquisas divulgadas não apresente crescimento satisfatório, mesmo demonstrando ser um dos poucos candidatos que apresenta convicção econômica e determinação para brigar pelas reformas, especialmente, a da Previdência, a mais impopular de todas elas.
Para mim, o grande risco é a inexistência de políticos que apresentem uma força política e estejam seriamente alinhados com a estabilidade econômica do Brasil, para fazer aprovar tudo o que for preciso e cumprir integralmente este inadiável objetivo.
Acredito até que a eleição de nomes como Jair Bolsonaro, Marina Silva Álvaro Dias ou, até mesmo, Ciro Gomes, não devem produzir um impacto negativo neste ano. Todavia, não tenho a menor dúvida de que a questão fica transferida para 2019, quando o novo presidente passar a comandar o país e sentir na pele a necessidade imediata de começar a realizar as reformas pendentes.
Uma coisa é certa - tornou-se indiscutível a obrigatoriedade de se promover sólidas reformas estruturais que deverão estar apoiadas por outras ações que venham efetivamente a complementá-las e que só têm condições de serem assumidas pelo próximo governo, devido à exiguidade de tempo em relação ao final deste mandato e a crise política ainda longe de solução.
Em meio às dificuldades de aprovação pelo futuro Congresso, pode ser que venhamos a mergulhar rápido numa nova crise que retornará muito mais perigosa do que essa da qual começamos a sair e, junto com ela, traga mais sofrimentos para o já sofrido povo brasileiro.
Uma coisa é certa - tornou-se indiscutível a obrigatoriedade de se promover sólidas reformas estruturais que deverão estar apoiadas por outras ações que venham efetivamente a complementá-las e que só têm condições de serem assumidas pelo próximo governo, devido à exiguidade de tempo em relação ao final deste mandato e a crise política ainda longe de solução.
Em meio às dificuldades de aprovação pelo futuro Congresso, pode ser que venhamos a mergulhar rápido numa nova crise que retornará muito mais perigosa do que essa da qual começamos a sair e, junto com ela, traga mais sofrimentos para o já sofrido povo brasileiro.
Penso que só assim os políticos tomarão consciência de que as reformas são imprescindíveis para o nosso equilíbrio macroeconômico, levando-nos a uma trajetória de crescimento mais consistente e, consequentemente, plenamente sustentável.
09 de maio de 2018
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador).
09 de maio de 2018
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador).
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