"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

MARUN AFIRMA QUE REFORMA SERÁ DISCUTIDA NA CÂMARA, MESMO SEM OS 308 VOTOS


Marun diz ter “confiança redobrada” na aprovação
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta quinta-feira, dia 15, que a discussão no plenário da Câmara da proposta de reforma da Previdência será iniciada na terça-feira, dia 20, mesmo se o governo não tiver votos suficientes para a aprovação. “Tenho convicção de que, independentemente dos votos que tivermos na segunda-feira, a discussão se inicia na terça”, afirmou o ministro.
NEGOCIAÇÕES – O ministro voltou a dizer que o governo está disposto a fazer ajustes no texto, desde que as mudanças resultem em mais votos em plenário. Segundo ele, o governo está negociando com agentes penitenciários e com servidores públicos que ingressaram na carreira antes de 2003. 
Por se tratar de uma alteração na Constituição, a reforma só será aprovada na Câmara se tiver o apoio de ao menos 308 deputados em dois turnos de votação. Hoje, de acordo com Marun, que é responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, ainda faltam 40 votos para a aprovação. “Nós temos consciência de que precisamos da semana que vem para buscarmos os votos que ainda faltam para aprovação”, afirmou. Na próxima segunda-feira, data inicialmente marcada para a votação do texto, o projeto não estará em pauta. Está prevista apenas uma reunião do presidente Michel Temer com líderes partidários para traçar estratégias para a votação.
“CONFIANÇA REDOBRADA” – Marun se reuniu nesta quinta-feira com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir o tema da Previdência. Após o encontro, ele afirmou que está com a “confiança redobrada” na aprovação do texto, mas disse que há resistências ao projeto em todos os partidos. “Nós temos resistência ainda em todas a bancadas. Nós não podemos apontar para uma, apontar para outra. Em todas as bancadas, nós temos uma confortável maioria em todas elas, mas ainda temos resistência”, afirmou.
Na entrevista, o ministro reconheceu que o presidente Michel Temer avalia criar um ministério para cuidar de segurança pública. “O presidente ficou chocado com algumas situações de violência extrema em alguns pontos do Brasil nos últimos dias, mas é uma discussão que não tem ainda uma conclusão, mas ele é que estimula nesse momento a existência dessa discussão”, disse.
MOEDA DE TROCA – “Ele (Temer) entende que o governo deve avaliar sim a possibilidade de criar um ministério e avançar nessa situação”, ressaltou. Marun ponderou que o possível desmembramento do Ministério da Justiça e a criação de uma nova pasta não teria relação com a acomodação de aliados na esplanada dos ministérios e a busca por apoio no Congresso.
“A eventual criação de um ministério da Segurança Pública nada tem a ver com Previdência. Não vai ser utilizado no sentido político de busca de votos”, afirmou, antes de afirmar que uma possível mudança do ministério que comanda a Polícia Federal é uma questão de “segundo plano”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Marun insiste com o discurso otimista sobre a aprovação da reforma. Sabe que o Planalto não terá os 308 votos necessários em ano eleitoral, com um tema polêmico e impopular. Maia inclusive já prepara o engavetamento da proposta e faz de tudo para que a culpa pela não aprovação recaia sobre os parlamentares ou sobre ele mesmo. Lideranças políticas agem da mesma forma e não querem as legendas associadas à questão. Por fim, a criação de uma nova pasta para tratar da segurança pública parece piada. Os confrontos que eclodem pelo país são antigos e um novo ministério será apenas para servir de cabide de empregos e última moeda de troca de possíveis votos para a reforma. (M.C.)

16 de fevereiro de 2018
Bernardo Caram
G1 Brasília

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