Sob o título “No Brasil, um ar de sociedade de castas”, o francês “Le Monde” tratou no fim de semana da desigualdade no país, parte de uma série do jornal com base em dados globais levantados pelo economista Thomas Piketty (autor de “O Capital no século XXI”, sua obra mostra que, nos países desenvolvidos, a taxa de acumulação de renda é maior do que as taxas de crescimento econômico e ameaça a democracia).
No subtítulo, “As desigualdades se aprofundam novamente, e a esperança Lula dá lugar à amargura no país do chamado racismo cordial”. O texto conta a história de Ana Braga, nome fictício de uma “empregada doméstica (‘domestique’)” que se mudou de Goiás para São Paulo aos 18 e, “muitos anos depois”, vê que nada mudou.
COMPARAÇÃO – No destaque da estatal Rádio França Internacional, “Desigualdade no Brasil lembra ‘Os Miseráveis’, de Victor Hugo, compara ‘Le Monde'”.
Já a emissora estatal alemã Deutsche Welle noticiou o levantamento coordenado por Piketty com o título “Estudo põe Brasil entre os mais desiguais do mundo”. E acrescentou depois, com os dados do IBGE, a reportagem “Pobreza aumenta no Brasil”.
OUTRAS NOTÍCIAS – Segundo a Rádio Vaticano e agências, o papa Francisco conversou com jornalistas (acima) sobre os “pecados da comunicação”, como “dar só um lado” ou usar “notícia velha” para difamar. Sua mensagem de fim de ano, segundo a AP, deve ser sobre “fake news”.
No “Financial Times”, Thomas Graham, diretor-executivo da Kissinger Associates, consultoria do ex-secretário de Estado americano, escreve que “Vladimir Putin fez progressos na restauração do status de Moscou como grande potência” e “parece que outro país está emergindo como nação indispensável no palco mundial”. Conclui que “a verdade dura é que a América não pode isolar a Rússia, como tentou fazer nos últimos anos”.
TRUMP E PUTIN – Na manchete do “Washington Post”, “Putin ligou para Trump para agradecer por informações de inteligência que frustraram ataque na Rússia”. Na manchete do “Izvestia”, “Trump e Putin chamam prevenção do ataque terrorista em São Petersburgo de exemplo positivo de cooperação entre EUA e Rússia”.
Três dias antes, Trump havia ligado para agradecer elogios públicos do presidente russo ao desempenho da economia americana.
19 de dezembro de 2017
Nelson de Sá
Folha
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