"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

PARTIDOS DE ESQUERDA JÁ TRAÇAM CENÁRIO SEM LULA NA DISPUTA PRESIDENCIAL DE 2018

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Charge do Jota A (Portal O Dia/PI)
A incerteza em relação ao futuro político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz com que os partidos de centro-esquerda, inclusive tradicionais aliados do PT como PCdoB e PDT, já adotem estratégias para a eleição de 2018 com cenários sem a participação do petista. Se Lula for condenado em segunda instância e não puder concorrer, os antigos aliados do PT não parecem dispostos a se unir. A ideia, nesse caso, será investir na disputa “pulverizada”, com muitos candidatos do mesmo espectro político.
Parceiro histórico do PT, o PCdoB, por exemplo, já se prepara para fechar outras composições eleitorais. O receio do partido é esperar Lula indefinidamente – já que a estratégia do PT consiste em levar a candidatura do ex-presidente até o último recurso jurídico – e depois ficar “a ver navios”.
CONSULTAS – “Nós já começamos a fazer consultas sobre nomes”, afirmou o deputado Orlando Silva (PC do B-SP), que foi ministro nos governos comandados por Lula e Dilma Rousseff. “Sem Lula na cédula não tem por que o PCdoB apoiar o PT. Na esquerda, vai ser todo mundo igual”, disse o deputado.
O PCdoB abriu negociações com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, que nesta semana também conversará com a direção do PSB. Nada, porém, está fechado. Nos bastidores, tanto integrantes da oposição como aliados do presidente Michel Temer dizem que muitos lances para 2018 estão congelados, à espera da definição sobre Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto.
REPETINDO 1989 – “Mas nós começamos o degelo”, disse Silva, que não exclui a possibilidade de o PCdoB lançar candidato próprio à sucessão de Temer. “O desgaste com a política é tão grande que os partidos serão chamados a se posicionar. A tendência é de que a eleição de 2018 seja pulverizada, como a de 1989.” Naquele ano, 22 candidatos disputaram o Planalto.
O PDT, outro aliado histórico do PT, faz os cálculos para 2018 contando que Lula será barrado pela Justiça. “É mais do que legítimo o PT manter a candidatura de Lula, mas penso que ele não será candidato”, disse o presidente da sigla, Carlos Lupi. O partido aposta na candidatura de Ciro independentemente de Lula ser candidato.
“É pouco provável que o PT venha a nos apoiar, por isso não muda muito para o PDT, mas, sem Lula, Ciro passa a ter um potencial de crescimento grande no Nordeste”, disse. Com base na avaliação de que o petista será impedido, o PDT tenta entabular conversas com PC do B, PSB e com o próprio PT a fim de ampliar o leque de alianças em torno de Ciro.
PSB AGUARDA – Aliado do PT no passado, o PSB se prepara para outros voos. “Precisamos pesar, porém, se a candidatura própria vai nos ajudar em relação aos palanques estaduais. A hora é de aguardar um cenário de menos incertezas. Não podemos excluir ninguém antes de falar com as forças políticas”, disse Carlos Siqueira, presidente do PSB.
O socialista disse já ter conversado com o governador Geraldo Alckmin, que deseja concorrer ao Planalto pelo PSDB. O vice, Márcio França, é da legenda e, segundo Siqueira, será candidato ao governo paulista em 2018.
Ciro Gomes também está na mira do PSB, tanto que um encontro com ele foi marcado para esta semana. “Além disso, a direção do PT também pediu reunião conosco e ainda vamos falar com a Marina Silva (Rede)”, afirmou Siqueira, para quem o quadro de 2018 se aproxima ao de 1989.
PSOL INDECISO – Principal adversário do PT no campo mais à esquerda, o PSOL desde o primeiro momento trabalha para ter candidatura própria, sem perspectivas de alianças, mas avalia que, caso Lula não seja candidato, tem chances de ampliar as alianças atraindo partidos e grupos que hoje circulam na órbita petista. O nome do PSOL hoje para 2018 é o do deputado Chico Alencar (RJ), que ainda não definiu se aceita a empreitada.
Sem o petista na disputa, o partido espera filiar o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e lançá-lo candidato ao Planalto. Boulos, que já admitiu em entrevistas a possibilidade de disputar eleições, faz mistério sobre o futuro. Aliados especulam que, com Lula, Boulos se candidataria a deputado federal.
Para a direção da legenda, a eventual ausência do petista pode acelerar uma reorganização da esquerda, com a deserção de setores do PT, ainda para 2018. “Mas é claro que quanto mais tarde acontecer esta definição mais difícil fica”, disse o presidente da Fundação Lauro Campos, Juliano Medeiros.
MARINA NA REDE – A Rede da ex-ministra Marina Silva, que em 2014 ameaçou a reeleição de Dilma, diz que a possível ausência de Lula em 2018 não interfere nos planos do partido. No entanto, aliados de Marina admitem que ela pode herdar votos do petista.
“Não estamos traçando duas estratégias”, disse o coordenador nacional Bazileu Margarido. Para ele, porém, caso Lula seja barrado, o cenário muda. “Se Lula não for candidato, todo mundo vai se mexer”, avaliou Bazileu.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Não há nada definido. Mas as articulações já fervilham nos bastidores e tudo indica que Ciro Gomes vai se consolidar como principal candidato de centro-esquerda, que deveria ser sua real classificação, pois Ciro nunca foi um político verdadeiramente de esquerda, muito pelo contrário. Atualmente, seria melhor considerá-lo como um candidato nacionalista, mais à esquerda de Bolsonaro. De toda forma, ainda está tudo no ar. Como diziam Raul Seixas e Paulo Coelho, a serpente está na terra e o programa está no ar. (C.N.)


25 de setembro de 2017
Deu no Correio Braziliense
(Agência Estado)

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