"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 13 de agosto de 2017

MINISTRO MAGGI É A PRIMEIRA VÍTIMA DA DELAÇÃO "MONSTRUOSA" DE EX-GOVERNADOR

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Maggi é mais um ministro de Temer a ser acusado
Em delação premiada homologada nesta quarta-feira pela Justiça, o ex-governador do Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) acusa o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PMDB), de pagar R$ 3 milhões para que um ex-secretário mudasse a versão de um depoimento dado à Justiça e o inocentasse de uma acusação de compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A revelação foi feita na edição da noite desta sexta-feira do Jornal Nacional, da TV Globo.
O suposto crime faz referência a fatos ocorridos em 2009, quando Maggi era governador do Mato Grosso e Silval, seu vice. Ex-secretário de Finanças do estado, Éder Moraes denunciou ao Ministério Público que os dois políticos sabiam de um esquema de corrupção para compra de vagas no TCE e que ele pretendia assumir uma delas. Depois de fazer a denúncia, ainda de acordo com a delação a que o JN teve acesso, Moraes procurou Maggi e Silval e disse que retiraria as acusações se recebesse R$ 12 milhões.
CUMPRIA ORDENS – Silval contou à Justiça que os dois concordaram em pagar R$ 3 milhões cada um a Moraes. A quantiia referente a Maggi teria sido entregue em dinheiro vivo entre 2014 e 2015 por uma pessoa chamada Gustavo Capilé. Silval afirmou que sabe disso porque o pagamento foi confirmado pelo próprio Maggi. A parte de Silval teria sido entregue, também em dinheiro vivo, pelo seu chefe de gabinete, Silvio Cesar Corrêa Araújo. À TV Globo, os advogados de Araújo disseram que ele “apenas cumpria ordens”.
De acordo com o JN, Moraes mudou mesmo de versão no decorrer do processo. Em 24 de março de 2014, ele disse à Justiça que, em 2009, havia conversado com Silval e Blairo sobre a compra de uma vaga no TCE. Em janeiro de 2015, em entrevista à TV Globo, informou que havia mentido porque estava “extremamente tomado pela emoção” de não ter sido escolhido para assumir à vaga do tribunal. Isso fez com que ele “colocasse algumas palavras que eu depois me retratei sobre todas elas”, segundo o que disse na entrevista.
ARQUIVAMENTO – A mudança na versão levou o Ministério Público a pedir o arquivamento da denúncia, que foi aceita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli em maio de 2016.
Ainda de acordo com o JN, Silval relata, em sua delação, um repasse de R$ 4 milhões ao deputado federal Carlos Bezerra (PMDB-MT), pra que apoiasse uma candidatura à Prefeitura de Cuiabá. O deputado afirmou que o pagamento citado pelo ex-governador “não tem nenhum fundamento”, uma vez que quem trata de campanhas a prefeituras é o diretório municipal, e ele faz parte do diretório estadual do partido
O ex-governador também falou de pagamento de propina ao senador Wellington Fagundes (PR-MT). Em resposta, senador declarou que desconhece o teor das afirmações do ex-governador à Justiça e que irá se posicionar quando tiver acesso à delação premiada.
MAGGI NEGA – A assessoria de imprensa de Maggi afirmou que nunca atuou ou autorizou atuação de alguém para “agir de forma ilícita dentro das ações de governo ou para obstruir a justiça”. A nota diz que “não houve pagamentos feitos ou autorizados por mim, ao então secretário Eder Moraes, para acobertar qualquer ato” e que, por isso, “Silval Barbosa mentiu ao afirmar que fiz tais pagamentos em dinheiro ao Eder Moraes”.
“Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas”, afirma Maggi. “Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e como governador, pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Começam a ser divulgadas as primeiras informações sobre a delação considerada “monstruosa” pelo relator Luiz Fux. Esta denúncia inicial é facilmente comprovável, porque nome do entregador do dinheiro foi citado e a testemunha mudou o depoimento de foram grotesca. A delação começou bem. Agora vamos aguardar o segundo capítulo. (C.N.)

13 de agosto de 2017
Deu em O Globo

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