"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 13 de agosto de 2017

REFLEXÕES SOBRE O PROBLEMA DA DÍVIDA PÚBLICA E A RECUPERAÇÃO DA BOVESPA


Resultado de imagem para recuperação da bolsa charges
Charge reproduzida do The Idealist
Muito bom o artigo de Antonio Santos Aquino sobre dívida pública, publicado aqui na “Tribuna da Internet”. Quando contraída em moeda forte, como dólar, euro ou iene, a dívida pública pode causar séria crise cambial para o país devedor, porque tem que elevar as exportações para obter divisas e assim pagar os juros/amortização. Torna-se dependente de terceiros. Não é o caso do Brasil atual. Nossa dívida externa não é pública, pois cerca de 95% foram contraídos por empresas privadas ou de economia mista.
Como nossa dívida pública é rolada em moeda nacional, o Banco Central brasileiro tem crédito quase infinito para girá-la. É só administrar bem. A dívida pública interna é o pulmão da economia do país. Quando entra em contração (recessão), a dívida deve ser aumentada, que é o que estamos fazendo agora, devíamos até fazer mais. E quando a economia está em expansão, a dívida deve ser diminuída, é o que precisamos fazer no futuro, tudo em relação ao PIB.
DÉFICITS PÚBLICOS – Nosso problema maior, portanto, não é a dívida pública interna, mas sua causa: os “déficits públicos de custeio”, que acontecem quando o governo gasta bem mais do que arrecada, apenas para se manter.
Resumindo: a dívida pública interna, quando aumentada para ativar a economia e criar empregos produtivos para quem está desempregado, gera muito mais riqueza do que nos custa em juros/amortização. No entanto, quando aumentada para simples custeio do Estado, é um desastre econômico, conforme vem ocorrendo nos últimos anos.
BOLSA EM ALTA – Também foi excelente a recente análise do articulista Willy Sandoval, ao registrar que o crescimento da Bolsa de Valores de São Paulo tem sido muito inferior ao da Bolsa de Nova York.
No caso da recuperação fabulosa do índice Dow Jones, que estava em 14 mil pontos antes da Crise do Subprime em 2008, depois caindo lá embaixo e agora se recuperando para 22 mil pontos, aparentemente isso se deve a uma grande injeção de “quantitative easing” do FED (Banco Central dos EUA). Na Europa e Japão, também se fez “uma grandeza” de “quantitative easing” pelos seus BCs. Como aqui nosso BC não fez o mesmo, a recuperação do índice Bovespa é bem mais lenta.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– O “quantitative easing” (flexibilização quantitativa/monetária) significa que os bancos centrais usam o chamado dinheiro eletrônico (sem emissão) para comprar grande quantidade de títulos bancários no mercado financeiro e de capitais. Essa operação faz com que os bancos tenham recursos para expandir o crédito e impulsionar a economia. Este sistema foi criado pelo economista alemão Richard Werner nos anos 90 e ajudou o Japão a sair da crise, mas só pode ser usado quando a taxa de juros estiver próxima de zero. Mesmo nessa hipótese, há contraindicações reconhecidas pelo próprio Werner, que desde 2013 passou a desaconselhar a utilização desse recurso. No caso dos Estados, país que comanda a economia mundial através do império do dólar, o sistema funcionou bem, mas o Japão até hoje tem graves problemas econômicos(C.N.)


13 de agosto de 2017
Flávio José Bortolotto

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