"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

ROMARIA DE POLÍTICOS MOVIMENTA A ROTINA DE GILMAR MENDES NO SUPREMO

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Gilmar é o ministro preferido pela classe política
Além de encontros extraoficiais como os revelados com o presidente Michel Temer, o ministro Gilmar Mendes recebe políticos em seu gabinete com frequência maior que seus colegas no STF (Supremo Tribunal Federal). No último mês, 18 audiências foram informadas pelo gabinete de Gilmar com deputados, senadores, ministros e outras autoridades, quase todas sem acompanhamento de advogados ou assessores nem referência a uma pauta específica.
Em comparação, outros oito ministros receberam em média 2,5 políticos em seus gabinetes de 6 de junho a 1º de julho, ocasiões nas quais explicitaram o assunto tratado e eventuais acompanhantes.
SEM OBRIGATORIEDADE – Os ministros Celso de Mello e Luiz Fux não divulgaram suas agendas. Não há norma específica que os obrigue a isso – a lei que determina que um ministro informe compromissos periodicamente abrange apenas o Executivo.
O dia em que a denúncia contra Temer foi lida na Câmara, 29 de junho, foi de intensa movimentação para Gilmar. Ele se encontrou com o presidente daquela Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que pode vir a suceder o presidente, acompanhado do líder do PMDB, Baleia Rossi (SP).
A deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO) esteve ao lado do colega João Henrique Caldas (PSB-AL) com o ministro depois de fazer a leitura da denúncia no plenário. Naquele mesmo dia, Gilmar reservou tempo ainda para audiências separadamente com os senadores José Serra (PSDB-SP) e Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) e o senador Lasier Martins (PSD-RS), este acompanhado de um juiz e outros.
DIAS TOFFOLI – O gabinete de Dias Toffoli teve a segunda maior movimentação política do Supremo no último mês. Foram seis audiências, três das quais com Vicente Cândido (PT-SP), para tratar de reforma política. Toffoli se encontrou com a deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), que visitou também Gilmar com a pauta da participação de mulheres na política. Ela é casada com um ex-deputado citado na Lava Jato pela suposta influência na Petrobras.
Relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin dedicou 15 de suas 31 audiências no período a pessoas com algum envolvimento na operação. Com duas exceções, todas as visitas foram de advogados. Os únicos políticos recebidos foram Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado, e o deputado José Reinaldo (PSB-MA), acompanhado de advogados.
Rosa Weber e Alexandre de Moraes também marcaram três audiências com políticos. Barroso e Cármen Lúcia, presidente do STF, duas cada; Marco Aurélio Melo, uma e Lewandowski, nenhuma.
ACUMULA FUNÇÕES – Gilmar afirmou, em nota, que por ser também presidente do Tribunal Superior Eleitoral acumula funções “que vão além do mero trâmite processual”.
“O cargo que ocupa envolve demandas administrativas e institucionais, como questões orçamentárias e a própria reforma política, sendo esta um compromisso do ministro desde que assumiu o TSE”, afirma a nota.
Assim, argumenta Gilmar, “é constante e necessário o contato com o Legislativo e o Executivo”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 A matéria se resume à agenda oficial. Se forem considerados os encontros fora da agenda, a coisa vai longe, porque Gilmar Mendes é hoje um dos maiores conselheiros do presidente Temer e de outros políticos envolvidos na Lava Jato. (C.N.)

13 de julho de 2017
Thais Bilenky
Folha

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