O Império Temerário contrataca a Lava Jato
Em uma vitória retumbante de uma cúpula de políticos enrolados com a Lava Jato, o Presidente acuado Michel Temer não perdeu tempo e já indicou Raquel Elias Dodge para suceder Rodrigo Janot, a partir de 18 de setembro, na Procuradoria Geral da República. Apenas por mera coincidência, a segunda colocada na votação para a lista tríplice do MPF tinha o apoio público de pesos pesados do PMDB - como Renan Calheiros, José Sarney, Eunício de Oliveira, Osmar Serraglio e Torquato Jardim -, além de Gilmar Mendes – que o povinho malvado da Internet diz que faz parte do “lado negro da toga”, tal qual um Dart Vader contra a República de Curitiba. Assim, no Planalto foi Dodge. No Supremo, deu Dart, que ontem até tomou cafezinho com Temer...
Por falar no supremo-ministro, algumas frases pinçadas do voto de Gilmar - sobre o poder supremo de rever delações premiadas - indicam o tamanho da bronca dele contra a Lava Jato: “O Combate ao crime não se pode fazer cometendo crimes”; “Boas intenções degringolam em uma rede de abusos e violações”; “Quem é líder do PCC? Do Comando Vermelho? Será que os criminosos dessas organizações poderiam ser perdoados sem sequer denúncia? Poderia-se reduzir as penas de Beira-Mar e Marcola, com as premissas que estão sendo assentadas”; “Vamos estar a reescrever a Constituição, com todos aqueles valores que considerávamos até ontem, cláusula pétrea, mas que agora podem ser dissolvidos por um acordo em Curitiba”...
Gilmar Mendes também detonou a qualidade de denúncias feitas pelo atual Procurador-Geral Rodrigo Janot e aproveitou para detonar desafetos dentro do STF: “O rabo começa a balançar o cachorro... Devemos lealdade à Procuradoria?! Ora bolas... Parece que nós estamos realmente no tempo da inversão de todas as coisas”; “Já se falou aqui que eu estava preocupado com dada tese, porque eu estaria perdendo... Quem ganha causa ou perde causa é advogado! Juiz não perde ou ganha causa!”; “Se o Espírito Santo não ouvir nossas preces, que pelo menos Ele faça uma outra mediação, ministro Fachin, que ele nos preserve do senso do ridículo. Aqui, claramente, se perdeu o senso do ridículo”. Em síntese: Gilmar foi Dart...
Agora se faça justiça a Dodge: ela tem histórico de combate à corrupção. A primeira mulher que assumirá o topo da PGR ontem foi recebida pelo Presidente Temer e seu ministro da Justiça (e cabo eleitoral?) Torquato Jardim. Depois, foi ao Senado saber com o presidente Eunício Oliveira “como será sua sabatina” – ao menos na versão oficial. Temer rompeu com a tradição, desde 2003, de indicar o primeiro colocado na lista da Associação Nacional dos Procuradores da República. Imagina se José Sarney aprovaria na PGR o irmão de seu inimigo Flávio Dino, governador comunista do Maranhão... Foi assim que dançou o candidato de Janot, o subprocurador Nicolau Dino, o vencedor-derrotado: ganhou, porém não levou...
Temer deu aquele sinal de que ainda está vivo, porque a caneta que assina as nomeações no Diário Oficial da União tem muito, mas muito Poder... É por isso que, quando a Câmara receber nesta quinta-feira a primeira denúncia da PGR contra Temer, a chance de o Presidente-canetador se salvar é gigantesca. Assim, a crise política brasileira só vai acabar quando efetivamente terminar... Ou seja, não tem data para isto acontecer... Se a economia não desandar, apesar da impopularidade e das denúncias, Temer pode ficar onde está, até o fim de um mandato melancólico que nem devia ter começado, com a derrubada da companheira Dilma...
Eis a sina do Brasil, obrigado a engolir “coxinha estragada”, já que a política é feita nas coxas...
Esquivando
Comicidade
Entubando
Falta de grana
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
29 de junho de 2017
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Em uma vitória retumbante de uma cúpula de políticos enrolados com a Lava Jato, o Presidente acuado Michel Temer não perdeu tempo e já indicou Raquel Elias Dodge para suceder Rodrigo Janot, a partir de 18 de setembro, na Procuradoria Geral da República. Apenas por mera coincidência, a segunda colocada na votação para a lista tríplice do MPF tinha o apoio público de pesos pesados do PMDB - como Renan Calheiros, José Sarney, Eunício de Oliveira, Osmar Serraglio e Torquato Jardim -, além de Gilmar Mendes – que o povinho malvado da Internet diz que faz parte do “lado negro da toga”, tal qual um Dart Vader contra a República de Curitiba. Assim, no Planalto foi Dodge. No Supremo, deu Dart, que ontem até tomou cafezinho com Temer...
Por falar no supremo-ministro, algumas frases pinçadas do voto de Gilmar - sobre o poder supremo de rever delações premiadas - indicam o tamanho da bronca dele contra a Lava Jato: “O Combate ao crime não se pode fazer cometendo crimes”; “Boas intenções degringolam em uma rede de abusos e violações”; “Quem é líder do PCC? Do Comando Vermelho? Será que os criminosos dessas organizações poderiam ser perdoados sem sequer denúncia? Poderia-se reduzir as penas de Beira-Mar e Marcola, com as premissas que estão sendo assentadas”; “Vamos estar a reescrever a Constituição, com todos aqueles valores que considerávamos até ontem, cláusula pétrea, mas que agora podem ser dissolvidos por um acordo em Curitiba”...
Gilmar Mendes também detonou a qualidade de denúncias feitas pelo atual Procurador-Geral Rodrigo Janot e aproveitou para detonar desafetos dentro do STF: “O rabo começa a balançar o cachorro... Devemos lealdade à Procuradoria?! Ora bolas... Parece que nós estamos realmente no tempo da inversão de todas as coisas”; “Já se falou aqui que eu estava preocupado com dada tese, porque eu estaria perdendo... Quem ganha causa ou perde causa é advogado! Juiz não perde ou ganha causa!”; “Se o Espírito Santo não ouvir nossas preces, que pelo menos Ele faça uma outra mediação, ministro Fachin, que ele nos preserve do senso do ridículo. Aqui, claramente, se perdeu o senso do ridículo”. Em síntese: Gilmar foi Dart...
Agora se faça justiça a Dodge: ela tem histórico de combate à corrupção. A primeira mulher que assumirá o topo da PGR ontem foi recebida pelo Presidente Temer e seu ministro da Justiça (e cabo eleitoral?) Torquato Jardim. Depois, foi ao Senado saber com o presidente Eunício Oliveira “como será sua sabatina” – ao menos na versão oficial. Temer rompeu com a tradição, desde 2003, de indicar o primeiro colocado na lista da Associação Nacional dos Procuradores da República. Imagina se José Sarney aprovaria na PGR o irmão de seu inimigo Flávio Dino, governador comunista do Maranhão... Foi assim que dançou o candidato de Janot, o subprocurador Nicolau Dino, o vencedor-derrotado: ganhou, porém não levou...
Temer deu aquele sinal de que ainda está vivo, porque a caneta que assina as nomeações no Diário Oficial da União tem muito, mas muito Poder... É por isso que, quando a Câmara receber nesta quinta-feira a primeira denúncia da PGR contra Temer, a chance de o Presidente-canetador se salvar é gigantesca. Assim, a crise política brasileira só vai acabar quando efetivamente terminar... Ou seja, não tem data para isto acontecer... Se a economia não desandar, apesar da impopularidade e das denúncias, Temer pode ficar onde está, até o fim de um mandato melancólico que nem devia ter começado, com a derrubada da companheira Dilma...
Eis a sina do Brasil, obrigado a engolir “coxinha estragada”, já que a política é feita nas coxas...
Esquivando
Comicidade
Entubando
Falta de grana
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
29 de junho de 2017
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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