"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 21 de maio de 2017

TRECHOS DA GRAVAÇÃO QUE INCRIMINOU TEMER NÃO SOFRERAM CORTES OU ADULTERAÇÕES


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Caires aponta os trechos passíveis de cortes
A gravação feita pelo delator Joesley Batista, da JBS, da conversa que ele teve com o presidente Temer, no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março, será um dos pontos mais discutidos durante a investigação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal contra o presidente da República. O áudio foi entregue pelo empresário à Procuradoria Geral da República dentro de um acordo de delação premiada. Os jornais “Folha de S.Paulo” e “O Estado de S. Paulo” ouviram peritos sobre o áudio da conversa do delator com o presidente. Os peritos detectaram o que classificam de interrupções ou edições. Um deles diz que não é possível afirmar o que as provocou, se defeito no gravador ou outro motivo.
Os peritos ressalvam que não há sinais de mudança na parte fundamental da gravação: quando Joesley diz que zerou suas pendências com Eduardo Cunha e ficou de bem com o ex-deputado preso em Curitiba, ouvindo em outro trecho, a seguir, o presidente incentivar, dizendo “isso tem que continuar, viu”. Para o perito ouvido pela “Estadão”, o mesmo ocorre na parte em que o presidente Temer ouve de Joesley que está manipulando a Justiça.
DIZ A FOLHA – A reportagem da “Folha” diz que o áudio entregue por Joesley tem cortes, segundo um perito contratado pelo jornal. A “Folha” afirma que “a perícia concluiu que a gravação sofreu mais de 50 edições”. O laudo foi feito por Ricardo Caires dos Santos, perito judicial pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Ao jornal, ele disse que o áudio tem “indícios claros de manipulação, mas “não dá para falar com que propósito”. Em entrevista à “Folha”, outro perito, Ricardo Molina, declarou que a gravação é de baixa qualidade técnica: “Percebem-se mais de 40 interrupções, mas não dá para saber o que as provoca. Pode ser um defeito do gravador, pode ser edição, não dá para saber”,
Ainda segundo a reportagem da “Folha de S.Paulo”, “no momento mais polêmico do diálogo, quando, segundo a PGR, Temer dá anuência a uma mesada de Joesley a Cunha, a perícia feita por Ricardo Caires dos Santos não encontrou edições. O trecho, no entanto, segundo o perito, apresenta dois momento incompreensíveis, prejudicados por ruídos.
DIZ O ESTADÃO – O jornal “O Estado de S. Paulo” também aborda o tema, na edição deste sábado, com um perito que diz que “detecta 14 ‘cortes’ em áudio de conversa entre Temer e empresário, mas que, segundo o jornal, também “não vê, no entanto, ‘fragmentações’ no intervalo em que Eduardo Cunha é citado”. Ao “Estadão”, o perito Marcelo Carneiro de Souza disse que “os 14 trechos em que o perito encontrou possíveis edições estão entre o 14º minuto e o 34º minuto do áudio”. Essa parte da gravação não inclui o trecho em que Joesley fala que está segurando dois juízes e um procurador.
Essa parte da gravação foi confirmada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, no próprio dia em que o áudio veio a público, em nota afirmando que “o presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem”. Segundo a nota, “o presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados”.
MAIS PERÍCIA – O presidente Temer encaminhou a gravação que Joesley fez da conversa com ele para o serviço de inteligência da Presidência da República. Ele quer saber se o material gravado está íntegro ou tem cortes. Em nota oficial, a Procuradoria-Geral da República informou que foi feita uma avaliação técnica da gravação da conversa do dono da JBS com o presidente Temer e concluiu que o áudio revela uma conversa lógica e coerente. E que a gravação anexada ao inquérito do STF é exatamente a entregue pelo colaborador. E que sua integridade poderá ser verificada no processo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Se as partes mais importantes que se referem a Temer não sofreram cortes nem adulterações, conforme os próprios peritos já constataram, os advogados de Temer precisam encontrar outra alegação a ser feita. Essa linha de defesa não leva a nada, já era. (C.N.)

21 de maio de 2017
Deu no G1GloboNews

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