"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

PF FAZ BUSCA E APREENSÃO CONTRA EX-MULHER DE CABRAL, POR LAVAGEM DE DINHEIRO

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Susana, com o primo Francisco Dornelles
Agentes da Polícia Federal fazem nesta segunda-feira de manhã operação de busca e apreensão contra a ex-mulher do governador Sérgio Cabral, Susana Neves. A suspeita é de ocultação de patrimônio (lavagem de dinheiro). 
O mandado foi assinado pelo juiz Marcelo Bretas da 7ª Vara Federal, a pedido da força-tarefa da Lava-Jato no Rio. 
As buscas acontecem em Araras, Região Serrana do Rio, e São João Del Rey (MG). Susana já havia sido levada para depor em janeiro, como parte da Operação Eficiência. A ex-mulher de Cabral afirmou à PF que recebia entre R$ 15 mil e R$ 20 mil mensais, em média, do ex-governador.
Os pagamentos a Suzana Neves funcionavam como uma espécie de “pensão informal”, já que não há acordo judicial determinando um valor. Um dos filhos é o deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ), que até recentemente ocupou a Secretaria estadual de Esporte do governo de Luiz Fernando Pezão. “Eram pagamentos para custear as despesas com os três filhos” — afirmou na época o advogado Sérgio Riera, responsável pela defesa de Susana.
PENSÃO INFORMAL – No depoimento, Susana relata que recebia o dinheiro de Luiz Carlos Bezerra, ex-assessor de Cabral, preso apontado como um dos operadores do suposto esquema de corrupção. A defesa sustenta que ela não sabia a origem do dinheiro.
“Ela não tinha conhecimento da origem do recurso. Nunca desconfiou, não existe isso de perguntar se é lícito (o dinheiro). O contato com ele (Cabral) era protocolar. Se ela esteve com ele dez vezes em todo este período em que ele está casado com a Adriana (Ancelmo), foi muito” — disse Riera em janeiro.
Planilhas obtidas pelo MPF sobre os gastos de Cabral apontam registros de repasses ao codinome “Susi”. A ex-mulher de Cabral, porém, disse desconhecer quem seria o beneficiário dos pagamentos.  As planilhas foram entregues pelos irmãos e operadores do esquema Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar, cujas delações são a base da Operação Eficiência.
SUSI OU MANUEL – No período compreendido entre 2014 a 2016, a ex-mulher de Cabral recebeu, ao menos, 13 vezes valores transferidos por Carlos Bezerra e Carlos Miranda, também apontado como operador, totalizando R$ 883 mil. No entanto, o valor pode ser ainda maior, segundo a investigação, já que há outros nomes que poderiam se referir a ela. Na planilha dos delatores, por exemplo, Susana também apareceria com o codinome de “Manoel” ou “Manuel”.
Segundo os irmãos Chebar, a ex-mulher do ex-governador recebeu cerca de R$ 275 mil em espécie, em cinco ocasiões. De acordo com Marcelo, as depesas incluíam gastos com cartão de crédito, IPVA, conta de luz, gás e escola.
No despacho em que determinou a Operação Eficiência, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio, diz que Susana é a pessoa que “seria direta e constantemente beneficiada com vultosas transferências de valores, ao que parece obtidos pela atuação ilícita da Organização Criminosa (ORCRIM) descrita”.

08 de maio de 2017

Chico Otavio
O Globo

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