"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

MAIA E FHC SONHAM COM A PRESIDÊNCIA, MAS O PMDB NÃO PRETENDE ENTREGAR O PODER

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Ilustração reproduzida do Arquivo Google
Antes mesmo de o presidente Michel Temer apresentar sua inevitável renúncia (se não o fizer, será caso de internação), os dois personagens mais felizes com o desenrolar dos acontecimentos eram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que terá de assumir a chefia do governo e convocar eleição indireta no prazo de 30 dias, conforme determina a Constituição, e o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, que desde sempre dorme e acorda sonhando com a volta ao poder, tendo  como base seu temperamento vaidoso, prepotente e soberbo. Maia e FHC podem sonhar à vontade, mas são dois perdido numa noite suja, sem a genialidade do ator e dramaturgo Plínio Marcos.
Rodrigo Maia acha que vai ser o presidente até 2018, simplesmente porque foi eleito para substituir o já abominável Eduardo Cunha, cassado por 450 deputados, com apenas 10 votos contra e 9 abstenções num plenário de 513 integrantes, quase unanimidade. Já o ex-presidente FHC se julga de volta ao poder aos 85 anos, com base no exemplo do governante alemão Konrad Adenauer, que retornou ao governo exatamente com esta idade. No caso de FHC, porém, seria apenas uma ilusão à toa, como diria o genial compositor Johnny Alf.
UMA INCÓGNITA – O fato é que o futuro presidente da República é uma incógnita ainda impenetrável. Aliás, trata-se de um cargo acéfalo, e se encontra nesta condição desde a saída de Itamar Franco, o último presidente de verdade que este país conheceu. No Congresso, que vai eleger o novo presidente, há 594 parlamentares. As maiores bancadas na Câmara são do PMDB, PT, PSDB e bloco PP-PTN-PTdoB. No Senado, PMDB, PSDB, PT, PP, PSB e PSD.
O PMDB tem a maior bancada, está circunstancialmente na Presidência e não vai querer perdê-la. A estratégia é tentar manter a atual base aliada, amplamente majoritária, para eleger o presidente indireto e preservar as atuais posições na estrutura do poder.
TODO APODRECIDO – O problema é que o PMDB não tem liderança que possa pleitear a Presidência. A grande maioria de sua Comissão Executiva Nacional é formada por políticos de ficha suja, é um verdadeiro deserto do homens e ideias, diria o genial Oswaldo Aranha – este, sim, um político de verdade.
O pior é que há no Congresso Nacional poucos representantes decentes e preparados, são figuras raras. E não aparece nenhum parlamentar que se destaque pelo carisma, que seja um orador notável, capaz de empolgar os parlamentares.
Isso significa que pode até ser eleito um presidente que não seja integrante do atual Congresso. Mas quem? Quem? Quem? Desse jeito, vão acabar escolhendo o professor Raimundo Nonato ou o aluno Rolando Lero. Mas não faz mal. Desde Itamar Franco, repita-se, não temos um presidente de verdade. Portanto, podemos esperar mais um pouco. Aliás, recentemente a Bélgica passou 541 sem ter governante (primeiro-ministro) e ninguém sentiu falta.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – No Brasil, o país cresce à noite, quando os políticos estão dormindo e não conseguem atrapalhar. Há alguns anos, contei essa piada ao general Leonidas Pires Gonçalves, ex-ministro do Exército, quando fui apresentado a ele na inauguração do escritório de meu amigo Darc Costa, e o chefe militar quase desabou de tanto rir. Parece piada, mas é realidade. (C.N.)

18 de maio de 2017
Carlos Newton

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