"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 2 de março de 2017

MARCELO ODEBRECHT ALIVIA TEMER E CULPA PADILHA NA 'DOAÇÃO' DOS R$ 10 MILHÕES



Marcelo Odebrecht muda a versão de Cláudio Melo Filho
Em depoimento prestado nesta quarta-feira, no processo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que julgará se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder econômico nas eleições presidenciais de 2014, o empresário Marcelo Odebrecht confirmou que participou de jantar com o presidente Michel Temer, em 2014, no qual foi acertado apoio político da empreiteira ao PMDB. Segundo o empresário, não foi mencionado na ocasião qualquer valor ou possibilidade de doação financeira. Mas, na sequência, o próprio empresário teria se reunido com o hoje ministro licenciado da Casa Civil, Eliseu Padilha, para tratar do repasse de R$ 10 milhões ao partido.
O acerto do valor teria ocorrido na presença de Cláudio Melo Filho, ex-executivo da Odebrecht. Do total, R$ 6 milhões seriam destinados ao presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que foi candidato ao governo de São Paulo, em 2014. Perguntado se alguma fatia do valor seria destinada ao próprio Padilha, o depoente disse que não se lembrava.
NOTA DE TEMER – Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto no último dia 24 de fevereiro — depois que o amigo de Temer José Yunes afirmou que recebeu das mãos do operador do esquema de corrupção da Petrobras Lucio Bolonha Funaro um “documento” para financiar a eleição de Eduardo Cunha à presidência da Câmara —, o próprio governo reconheceu a existência do acordo eleitoral.
Na ocasião, a Secretaria de Comunicação afirmou que, quando presidente do PMDB, “Michel Temer pediu auxílio formal e oficial à construtora Norberto Odebrecht. Não autorizou, nem solicitou que nada fosse feito sem amparo nas regras da lei eleitoral. A Odebrecht doou R$ 11,3 milhões ao PMDB em 2014. Tudo declarado na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral. É essa a única e exclusiva participação do presidente no episódio”.
Na delação premiada acertada com investigadores, Cláudio Melo Filho disse que, em um jantar no Palácio do Jaburu, Temer solicitou doação de recursos a Marcelo Odebrecht. O delator contou que Yunes recebeu, em espécie, R$ 4 milhões, que seriam a parte de Padilha. Outros quatro executivos da empreiteira também prestarão depoimentos no mesmo processo até a próxima semana.
NOVA ESTRATÉGIA – No mesmo dia em que Marcelo Odebrecht depôs, auxiliares de Michel Temer passaram a trabalhar para que a ação seja julgada só em 2018. Com isso, o presidente, caso seja cassado ao fim do processo, teria um mandato somente alguns meses menor do que o previsto. E, em vez de uma eleição indireta para a sucessão presidencial, a disputa de outubro do ano que vem seria antecipada em alguns meses.
— Me parece que esse caso não será julgado este ano. Há muitas testemunhas para serem ouvidas, questionamentos, produção de contraprovas, reinquirições. Não é um processo rápido — disse um interlocutor presidencial.
Cabe aos advogados de Temer e também de Dilma Rousseff exigirem contraprovas e reinquirições de testemunhas. Além da protelação por conta do andamento “mais lento” do processo, o tribunal perderá dois ministros entre abril e maio, e Temer terá que fazer as indicações.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – As revelações são interessantíssimas, pois mostram como funciona a política brasileira, mas têm pouco efeito prático. O TSE não é nenhum exemplo de eficiência, muito pelo contrário. Trata-se de uma versão eleitoral do Supremo e também funciona na velocidade de um cágado hemiplégico. Em matéria de Justiça, o Brasil deixa muito a desejar e Temer pode dormir tranquilo, porque até maio de 2018 o TSE será presidido por Gilmar Mendes, que se orgulha de dizer que é amigo do presidente há mais de 30 anos, mas não se considera suspeito para participar do julgamento dele(C.N.)

02 de março de 2017

Carolina Brígido

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