"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 27 de março de 2017

DEPUTADO JULIO LOPES DA EQUIPE DE CABRAL, RECEBEU R$ 600 MIL DA ODEBRECHT

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Lopes foi Secretário de Transportes na era Cabral
Ex-secretário estadual de Transportes do Rio, cargo que ocupou de 2007 a 2014, o deputado federal Julio Lopes (PP-RJ) recebeu, em dinheiro, pelo menos R$ 600 mil da Odebrecht em 2014, segundo o relato de dois ex-executivos da empreiteira que fizeram acordo de colaboração premiada com a Lava-Jato. Segundo os delatores, Lopes procurou a Odebrecht na véspera das eleições, cobrando apoio sob a alegação de que teria defendido interesses da empresa em obras do governo do Estado. Os pagamentos teriam sido feitos ao então candidato a deputado federal por meio do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, responsável por fazer repasses ilegais. De acordo com os executivos, os pagamentos foram autorizados pela Odebrecht e informados aos funcionários do setor que disponibilizava os recursos em dinheiro, entregues mediante informação de uma senha específica.
SEM REGISTRO – Não há registro de doações oficiais da Odebrecht a Lopes, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O sistema de prestação de contas de candidaturas informa que o parlamentar recebeu R$ 3,3 milhões em doações oficiais nas eleições de 2014.
Por meio de nota, o deputado federal Julio Lopes (PP-RJ) informou desconhecer o conteúdo das delações da Odebrecht e as “supostas acusações” e, por isso, disse não iria comentá-las. “Durante os sete anos em que foi gestor da Secretaria de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, o deputado Julio Lopes trabalhou unicamente em defesa dos interesses do estado”, diz a nota.
O texto do deputado informa ainda que, em relação “às doações recebidas nas campanhas eleitorais disputadas pelo parlamentar”, Julio Lopes “ratifica que atuou e atua exclusivamente dentro da legalidade, e que as mesmas foram devidamente declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”.
FORO PRIVILEGIADO – Na última semana, Lopes já se dizia “tranquilo” sobre a notícia de abertura de investigação em relação a ele. O ministro relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, deverá decidir sobre a instauração de inquérito para investigar os pagamentos da Odebrecht ao deputado, já que ele tem foro privilegiado.
No último domingo, O Globo revelou que o deputado federal é um dos nomes citados em delações da Odebrecht e alvo de pedido de inquérito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Lopes teria defendido interesses da empreiteiras em obras como a construção da Linha 4 do Metrô (Ipanema-Barra da Tijuca) e do Arco Metropolitano do Rio, ambos executados durante o governo de Sérgio Cabral, hoje preso em Bangu.
PRISÃO DE VELLOSO – Investigadores da Lava-Jato acreditam que a prisão de Luiz Carlos Velloso, ex-chefe de gabinete de Lopes na Secretaria de Transportes, poderia acrescentar provas sobre o envolvimento do deputado em esquemas de desvios de recursos nas obras e operação da Linha 4. Na ocasião, Lopes disse que a gestão dessa linha teria sido feita pela Casa Civil do governo Sérgio Cabral e não pela Secretaria de Transportes.
Carlos Velloso e Heitor Lopes de Souza Júnior, ex-diretor da Companhia de Transportes sobre Trilhos do Rio de Janeiro (Riotrilhos), foram presos durante a Operação Tolypeutes, promovida pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. Eles são acusados de receber propinas de 0,25% e 0,125% sobre valor do contrato da obra metroviária.
Carlos Velloso, que conhece Lopes há pelo menos 30 anos, é apontado na política fluminense como braço-direito do deputado. Seu nome surgiu na investigação após acordo de leniência da empresa Carioca Engenharia, integrante do consórcio Rio-Barra, que fez as obras do metrô, em conjunto com a Queiroz Galvão e com a Odebrecht.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Falta a Polícia Federal investigar o mais impiedoso cúmplice de Cabra – o médico Sergio Cortes, que desviou recursos do atendimento à saúde da população e comprou um apartamento duplex de alto luxo na Lagoa Rodrigo de Freitas, com cinco vagas na garage, pagando em… dinheiro vivo. (C.N.)

27 de março de 2017
Thiago Herdy
O Globo

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