"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 13 de novembro de 2016

LAVA JATO: NOVA DENÚNCIA DO MPF CONTRA ANDRÉ VARGAS LEVA EMPRESÁRIO DE BRASÍLIA AO DESESPERO



A força-tarefa da Operação Lava-Jato confirmou denúncia feita pelo UCHO.INFO há mais de dezoito meses, quando noticiou que o esquema comandado pelo deputado cassado André Vargas Ilário (ex-PT) na Caixa Econômica Federal e no Ministério da Saúde era muito maior do que imaginavam as autoridades.

Na ocasião, este portal afirmou que, dias antes de sua prisão, ocorrida em 10 de abril de 2015 durante a Operação A Origem (décima primeira fase da Operação Lava-Jato), André Vargas, conhecido como “Bocão”, teria retornado a Brasília, onde voltou a frequentar locais reservados e a operar nos subterrâneos do poder. À época, além de retomar os negócios nada ortodoxos, Vargas decidiu hospedar-se na casa de amigos, como forma de não levantar suspeitas na capital dos brasileiros.

André Vargas, cuja prisão já era esperada, mantinha conexão com a Caixa e o Ministério da Saúde por meio da empresa IT7, especializada em tecnologia da informação, cujo principal sócio, Marcelo Simões, prestava-se muitas vezes ao papel pequeno de ser motorista do ex-petista, quando este desembarcava no aeroporto de São José dos Pinhais, na Grande Curitiba. Outro sócio da IT7 é Leon Vargas, irmão do deputado cassado.

Acontece que no final de outubro a força-tarefa da Lava-Jato decidiu denunciar mais uma vez André Vargas, além de outras três pessoas que participaram do esquema criminoso que desviou recursos da Caixa. De acordo com as investigações, Vargas recebeu R$ 1,6 milhão, valor resultante de contrato de consultoria assinado entre a Caixa e a empresa IT7 Sistemas, que só foi viabilizado depois da interferência do ex-petista.

Para camuflar a origem ilícita dos valores obtidos, Leon Vargas, irmão de André, e Marcelo Simões, sócio e representante da IT7, celebraram contrato fraudulento de consultoria empresarial. Na nova denúncia, o Ministério Público Federal destaca que André Vargas recebeu telefonema da secretária de Clauir dos Santos, diretor de Marketing da Caixa, no mesmo dia da assinatura do contrato entre a IT7 Sistemas e a Caixa.

“Já reconhecido, portanto, que André Vargas valeu-se de sua condição de deputado federal e vice-presidente da Câmara dos Deputados para intereferir nas contratações da Caixa Econômica Federal”, afirmaram os procuradores da República.

Após a assinatura do referido contrato, as empresas Arbor e AJJP, comandadas por Meire Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef e também denunciada na Lava-Jato, emitiu notas fiscais contra a IT7 Sistemas. Na data do pagamento de R$ 48 milhões da Caixa, com base no contrato, Marcelo Simões passa por e-mail a Meire os dados da IT7 para a emissão das notas fiscais.

Durante cumprimento de mandado de busca e a apreensão, a PF recolheu na sede da Arbor Consultoria, comandada pro Meire Poza, vários documentos, entre eles uma planilha que detalha as notas fiscais emitidas de acordo com os clientes do doleiro do Petrolão. Entre esses “clientes”, André Vargas aparece relacionado à nota fiscal da IT7 Sistemas.


O sócio misterioso

As investigações do caso avançam e a força-tarefa está a um passo de alcançar um dos sócios misteriosos de André Vargas, um empresário de Brasília que sempre ostentou sinais de riqueza à época do dinheiro fácil, mas que agora está sumido das rodas do poder. De nome Alceu e conhecido como AMJ, o tal empresário, que participou dos esquemas de Vargas, agora vive quase recluso em luxuosa mansão à beira do lago Sul, na capital dos brasileiros, imóvel adquirido às pressas antes de abandonar um caro e cobiçado apartamento de cobertura no Setor Noroeste de Brasília.

Dono de uma frota de carros importados, nos quais circula muito reservadamente pela cidade, Alceu cedeu a André Vargas um jato Cessna Citation para ser usado durante a campanha do então petista à vice-presidência da Câmara.

É importante destacar que Alceu ganhou muito dinheiro não apenas com André Vargas, mas, antes dessa empreitada criminosa, faturou também à sombra de Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do DF nos governos de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda. Para quem não se recorda, Barbosa ganhou notoriedade na imprensa nacional ao denunciar Arruda e outros integrantes do governo distrital, no vácuo do escândalo que ficou conhecido como “Mensalão do DEM”. Quem quiser saber a origem de parte do dinheiro do empresário AMJ basta tomar como ponto de partida o “Na Hora”, programa do governo do DF de atendimento imediato ao cidadão.

A farra com o tal jatinho era tão grande, que muitos petistas ligados a André Vargas usaram a aeronave para deslocamentos em todo o País, até porque esses alarifes, em tempo de gatunagem explícita, evitavam usar aviões de carreira. Certa feita, o próprio André Vargas usou o jato para percorrer uma distância de apenas 200 km, entre Brasília e Goiânia. Na companhia de sua então secretária, Vargas foi visitar o pai em uma chácara próxima à capital de Goiás.


13 de novembro de 2016
ucho.info

Nenhum comentário:

Postar um comentário