"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 13 de novembro de 2016

LAVA JATO: MARCELO ODEBRECHT AFIRMA EM DELAÇÃO QUE LULA RECEBEU PROPINA EM DINHEIRO VIVO



Uma reportagem da revista “IstoÉ”, que chegará às bancas neste sábado (12), afirma que, em delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato, o empresário Marcelo Odebrecht revelou que o ex-presidente Lula teria recebido propina da empreiteira em dinheiro vivo.

Ainda de acordo com a publicação, os repasses teriam ocorrido quando Lula não era mais presidente, com maior fluxo entre 2012 e 2013. “Foram milhões de reais originários do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – o já conhecido departamento de propina da empresa”, destaca trecho da matéria.

Segundo relatório da Polícia Federal divulgado no último dia 24 de outubro, Lula teria recebido R$ 8 milhões da empreiteira por suposta participação em esquemas de corrupção. A reportagem da “IstoÉ” afirma que o valor repassado a Lula, em espécie, foi providenciado pelo setor de propinas da empresa.

Na delação, Marcelo Odebrecht teria explicado que após sua prisão, no ano passado, a empreiteira teria acionado um “esquema interno de emergência” chamado de “Operação Panamá”, que consistia em promover uma varredura nos computadores, identificar os arquivos mais sensíveis e enviá-los para a filial da empresa no país caribenho. O objetivo era desaparecer com digitais e quaisquer informações capazes de comprovar transferências de recursos da empreiteira ao ex-presidente Lula.

Conforme a reportagem, Marcelo teria deixado de “resistir a entregar o petista” porque a empreiteira “mudou de planos premida pelo instinto de sobrevivência”. Após essa delação, os investigadores da Lava-Jato devem apurar se o suposto pagamento a Lula teria ligação com a operação desencadeada na última semana pela PF, a Operação Dragão.

O Ministério Público Federal aponta que os operadores financeiros Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran foram acusados de oferecer dinheiro em espécie ao sistema de corrupção e lavar mais de R$ 50 milhões para empresas investigadas na Lava-Jato.

Entre as delações de executivos da Odebrecht, Lula é citado ainda por Emílio Odebrecht, Alexandrino Alencar, ex-executivo da empresa, e o diretor de América Larina e Angola, Luiz Antônio Mameri.

A “IstoÉ” ressalta que nos depoimentos há relatos de trocas de mensagens entre Mameri e Marcelo Odebrecht com referências da participação de Lula para aprovação de projetos da empreiteira no BNDES.

Mameri teria confirmado que as interferências de Lula e do ex-ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) teriam sido decisivas para a aprovação de projetos sem nenhum tipo de checagem. Além das obras em Angola, Mameri teria citado construções em Cuba.

A reportagem também revela que, além de Lula, os depoimentos de Marcelo Odebrecht devem envolver também a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), integrantes do governo de Michel Temer (PMDB), mais de 100 parlamentares e 20 governadores e ex-governadores. Os principais partidos citados são PT, PMDB e PSDB.

Michel Temer foi citado ainda na delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que revelou suposta operação de captação de recursos ilícitos, envolvendo Temer e o senador Valdir Raupp (PMDB-RR), para abastecer, em 2012, a campanha do então candidato Gabriel Chalita (PMDB) à a Prefeitura de São Paulo. Machado cita em sua delação mais de 20 políticos, entre eles José Sarney (PMDB), Renan Calheiros (PMDB) e Aécio Neves (PSDB).


13 de novembro de 2016
ucho.info

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