"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

MARCELO ODEBRECHT VAI REVELAR A LISTA DOS CORRUPTOS, INCLUINDO DILMA E TEMER



Duas frases de forte impacto marcaram a trajetória da Operação Lava Jato. 
Quando o filho Marcelo foi preso, em 19 de junho de 2015, o empresário Emilio Odebrecht desabafou: “Vão ter de construir mais três celas: para mim, para Lula e para Dilma!”. 
Depois, em 6 de novembro de 2015 o ministro Teori Zavascki, relator do inquéritos e processos no Supremo, avisou: 
“O pior ainda está para vir”.

AS TRÊS CELAS 
A explosiva advertência de Emilio Odebrecht não se concretizou totalmente, porque ainda não existe acusação contra ele, que fazia armações com o governo na era de FHC e só agora a Lava Jato está começando a devassar aquele período de privatizações e negociatas à la carte, digamos assim. 
Por isso, a cela de Emílio Odebrecht ficou destinada a seu filho Marcelo, a quem ele ensinou a lidar com os governantes, políticos e autoridades.

Mas a previsão está mesmo se realizando, pois já existe outra cela à espera do ex-presidente Lula da Silva. E a cela da ex-presidente Dilma Rousseff só depende das revelações que Marcelo Odebrecht terá de fazer sobre seu relacionamento direto com ela, no caso da compra e venda de Medidas Provisórias e atos do governo que o ministro Guido Mantega negociava, conforme já ficou provado nas investigações.

E-MAIL COMPROMETEDOR 
Por enquanto, o que se sabe está nas mensagens apreendidas pela força-tarefa da Lava Jato. Um e-mail enviado a Marcelo Odebrecht pelo diretor jurídico da empreiteira, Maurício Ferro, comprova que era Dyogo de Oliveira (secretário-geral do Ministério da Fazenda no governo Dilma) quem conduzia as operações fraudulentas, que à época estavam enfrentando resistências da Receita Federal.

“Será importante você ter a reunião com GM (Guido Mantega) amanhã depois da PR (presidente Dilma Rousseff). Receita continua criando dificuldades e Dyogo precisará do apoio do ministro”, sugeriu o diretor Ferro ao presidente Marcelo Odebrecht.

Surpreendentemente, o operador das macrofalcatruas do governo Dilma acabou sendo aproveitado na equipe econômica de Temer e veio a substituir Romero Jucá no Ministério do Planejamento. 
Investigado na Lava Jato, na Zelotes e no favorecimento de um empréstimo de R$ 375 milhões à Cervejaria Itaipava pelo Banco do Nordeste, do qual era conselheiro, Dyogo de Oliveira espantosamente continua à frente do Planejamento, vejam bem a esculhambação que caracteriza o governo brasileiro nessa fase pós-impeachment.

ENFIM, A DELAÇÃO 
Depois de marchas e contramarchas, anuncia-se que finalmente Marcelo Odebrecht resolveu depor. Isso significa que vai revelar quem são os governantes, parlamentares e autoridades cujos codinomes constam da planilha do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira. 
Mais conhecido como “Departamento de Propinas”, esse setor era supervisionado diretamente por Marcelo Odebrecht, e poucos executivos da empresa sabem quem são “Italiano”, “Pós-Itália”, “Nervosinho” e tantos outros. 
Agora, especula-se que o codinome “Sem Medo” seria de Michel Temer. Logo saberemos, porque o empreiteiro enfim vai contar.

É a delação mais importante desde que o doleiro Alberto Yousseff começou a falar, desenrolando esse novelo, que agora vai se transformar numa bola de neve, quando Marcelo Odebrecht revelar quem são os mais de 300 personagens da planilha do “Departamento de Propinas”. 
Também terá de contar como era seu relacionamento próximo com Dilma Rousseff, que ela tentou negar, dizendo não se recordar de ter-se encontrado diversas vezes com ele, conforme já está provado pelas agendas da Presidência. Aí, então, vai ser necessário construir a terceira cela mencionada por Emilio Odebrecht.

Ao contrário do que previu Zavascki, o que ainda está para vir não é o pior, mas o melhor, porque as revelações de Marcelo Odebrecht se destinam a causar a maior renovação política da história desta República. Que assim seja.



12 de outubro de 2016
Carlos Newton

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