"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

SENADORES OBRIGAM DILMA A PARAR DE CULPAR O "GOLPE" QUE NUNCA EXISTIU


Presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Palácio da Alvorada, em Brasília
Dilma não gostou, mas teve de aceitar a exigências dos aliados








A presidente cada vez mais afastada Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, durante almoço com os 21 senadores que lhe restaram, fez um acordo para retirar a palavra “golpe” da carta que pretende divulgar nos próximos dias, quando se defender no processo de impeachment. Em encontro com os pouquíssimos senadores que a apoiaram, um dia após virar ré no processo, a já quase agora ex-presidente disse que, pessoalmente, era favorável à inclusão da palavra, mas acatou os argumentos de que chamar parlamentares de golpistas, nesta altura, vai fazer com que perca preciosos votos, dos pouquíssimos que ainda lhe restam.
Na já apelidada de “patética” Carta aos Senadores e ao Povo Brasileiro, que está sendo reescrita, Dilma Rousseff também vai demonstrar sua disposição para atuar por uma agora impossível união nacional, apoiando a Operação Lava Jato, que quando ocupava o governo fez de tudo para sabotar. O documento terá frases de efeito, como dizer que “o PT é o Brasil”, e assumirá erros políticos no relacionamento do seu governo com o Poder Legislativo
FINGINDO RESISTIR – Para que ela deixe definitivamente o cargo são necessários 54 votos, e a decisão final, no plenário do Senado, deve ser tomada no fim deste mês. Mesmo que até nas hostes petistas o impeachment seja considerado irreversível, seus aliados querem publicamente fingir uma impossível e inexistente resistência. Depois que o Senado decidiu, esmagadoramente, por 59 votos favoráveis e 21 contrários, que Dilma irá a julgamento pelo plenário, vale fazer qualquer coisa, nem que para isso ela tenha que apelar para o ridículo.
O presidente do PT, Rui Falcão, participou do encontro com Dilma, senadores e dirigentes de partidos aliados, e reiterou sua posição contrária à proposta de convocação de um plebiscito para antecipar as eleições de 2018, sob o argumento de que, na prática, isso é inviável. A presidente afastada discordou de Falcão. “Vou manter o plebiscito”, afirmou Dilma.
SEM CRISE – “Apesar das posições diferentes, dissemos ali que ela não perderá apoio por causa desse assunto. Isso não vai ser motivo de crise nem com o PT, nem com os partidos aliados nem com os movimentos sociais”, declarou o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco.
O senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, disse que, embora a presidente afastada não tenha cedido nesse ponto, ela concordou, depois de muitas ponderações, em retirar a menção ao que seus defensores classificam como “golpe” parlamentar. Tudo para não melindrar os senadores, às vésperas do julgamento final.
“Esse foi o acordo de hoje. Não haverá menção a golpe. Se mudarem de novo, estarão quebrando o acordo”, declarou Randolfe.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Se descumprir o acordo, Dilma perderá votos e será esculhambada da tribuna por alguns dos próprios aliados(C.N.)
11 de agosto de 2016
José Carlos Werneck

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