"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 2 de julho de 2016

AVISO DO SUPREMO AOS NAVEGANTES: NÃO QUEREMOS MAIS MOROS


Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)

















O Brasil amanheceu quinta-feira sob o impacto de novas operações da Polícia Federal, inclusive resgatando antigos personagens como Carlinhos Cachoeira e a empreiteira Delta, mas o que está mobilizando políticos, advogados e outros observadores da cena é a decisão do ministro Dias Toffoli de tirar da cadeia o ex-ministro Paulo Bernardo. A interpretação geral é de que o STF mandou um aviso importante aos navegantes: não quer mais Moros por aí.
A proliferação de mandados de prisão preventiva de juízes de primeira instância pelo Brasil afora nos últimos tempos está preocupando a cúpula do Judiciário. Há o lado positivo de que, pela primeira vez na história, corruptos de colarinho branco estão indo para a cadeia. Mas há exageros e injustiças. E um claro efeito entre os juízes e procuradores: parece que todo mundo quer ser Moro e ter seus cinco minutos de holofotes.
SEM CLONES – Se o STF não teve ânimo, ou força, para enquadrar um Sergio Moro endeusado pela mídia e pela própria sociedade sedenta de justiça, está, por outro lado, decidido a não permitir que clones do juiz paranaense se multipliquem por aí. Interlocutores do STF mencionam riscos como o de se chegar a um estado policial, em que direitos básicos como a presunção da inocência seriam deixados em segundo plano.
Operações diárias, prisões aos montes, entrevistas rotineiras de autoridades policiais ao vivo estão compondo um quadro alarmante para muita gente. Por isso, a decisão de Dias Toffoli tem o apoio da maioria de seus pares do STF e de boa parte do mundo político, inclusive de antipetistas, que raciocinam: hoje é ele, amanhã sou eu.
(Artigo enviado pelo jornalista e advogado José Carlos Werneck)

02 de julho de 2016
Helena Chagas
Site Os Divergentes

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