"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

PT NÃO ACREDITA NA VOLTA DE DILMA E DEFENDE NOVAS ELEIÇÕES


Mas resta saber se Dilma realmente aceitará deixar o governo



















Reportagem de Chico Otavio, Letícia Fernandes, Simone Iglésias e Fernanda Kracoviks revelou na edição de  quinta-feira de O Globo que na realidade o PT, embora dividido, não acredita no retorno de Dilma e decidiu debater a forma de serem convocadas novas eleições presidenciais diretas ainda este ano.
O principal enfoque das correntes favoráveis a Dilma focaliza a impossibilidade de ela governar o país, mesmo no caso de o Senado vir a rejeitar seu afastamento definitivo. A reportagem, reforçando a tese, acentua que ela própria estaria disposta a propor uma consulta popular sobre a antecipação das eleições presidenciais de 2018. Seria uma forma de atingir Michel Temer, que, evidentemente vai trabalhar nos bastidores contra tal hipótese. Isso porque, se a questão for colocada em consulta popular como base indispensável de uma reforma constitucional, estará nitidamente configurado o apoio maciço do eleitorado a esta solução institucional.
As pesquisas do Datafolha e do Ibope, recentemente publicadas, destacaram que a impopularidade de Michel Temer aproxima-se bastante da impopularidade de Dilma Rousseff. Por isso mesmo, Michel Temer evidentemente vai se empenhar a fundo para que essa hipótese de consulta popular não venha a ser concretizada, embora seja esta a vontade da ampla maioria da população do país.
NOVA PESQUISA
Importante será, no momento, a realização de nova pesquisa, sobretudo porque o panorama mudou. Não que Dilma tenha avançado, mas porque a aceitação de Temer fatalmente terá o recuo assinalado de forma bastante significativa.
Pois não é possível que em três semanas de governo tenhaM ocorrido duas demissões de ministros, inclusive por motivos praticamente idênticos. Esses motivos partiram da intenção de afastar a operação Lava-Jato sobre as investigações que, cada vez mais, vão revelando comprometimentos acintosos e voltados para livrar acusados das consequências legais.
Como a Lava-Jato é absolutamente popular e, se realizada uma pesquisa de opinião, vai apontar um apoio de no mínimo 80%, qualquer investida contra ela vai colidir profundamente com a vontade da população do país.
NOVAS ELEIÇÕES
Novas eleições presidenciais seriam, quase todos concordam, um caminho para o Brasil encontrar a saída para a crise que estacionou no Planalto. Ela pode não estar avançando além do limite que já alcançou, mas também não retrocede, fenômeno que destaca o prosseguimento de uma situação de impasse.
Se o governo Dilma Rousseff não produziu fatos que superassem os obstáculos que ele próprio colocou à sua volta, o governo Michel Temer tampouco se revela capaz de fazê-lo. Michel Temer fornece a sensação de que está jogando para o empate. Mas o empate não é solução para nós, brasileiros.  Para o país só a vitória interessa. Empatar significa retroceder no tempo e no espaço e bloquear qualquer tentativa da retomada do desenvolvimento, única forma capaz de enfrentar o verdadeiro problema econômico e social que aflige os que vivem de seus salários.
PERDAS SALARIAIS
Por falar em salários, como podem recuperar as perdas que sofrem diariamente os 11 milhões de desempregados que lutam por uma nova oportunidade, por um lugar ao sol? Toda e qualquer solução dependem do governo e até agora não se vislumbra qualquer medida concreta nesse sentido.
As afirmações teóricas acumulam-se à espera de solução. Afirma-se que tal solução vai demorar três anos. É tempo demais.

03 de junho de 2016
Pedro do Coutto

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