"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 18 de junho de 2016

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO 2

MACHADO ADMITE NA DELAÇÃO DA LAVA JATO QUE GERENCIAVA UM FUNDO DE DISTRIBUIÇÃO DE PROPINA  (FDP)

Há mais coisas entre o inferno e Brasília do que pode supor a vã filosofia da corrupta politicagem tupiniquim. No consagrado Dicionário Tabajara, a expressão FDP, até outro dia, tinha apenas um significado claro: "Filho da Puta". A delação premiada de Sérgio Machado, no entanto, trouxe uma novíssima definição para o xingamento popular. FDP agora é sigla de "Fundo de Distribuição de Propina". O FDP está nos autos da Lava Jato. Sérgio Moro ou o STF irão julgar os excelentíssimos FDPs...

Não adianta alegar que os delatores premiados da Lava Jato são "levianos" e "mentirosos" - como fizeram ontem, de forma patética, o Presidento Michel Temer, e seu companheiro peemedebista Renan Calheiros - que já muito tempo não tem a mínima condição moral de continuar na presidência do Senado. Só no Brasil da impunidade um Renan reúne poder para sobreviver politicamente, do mesmo jeito que Eduardo Cunha, cotadíssimo para se transformar em um "colaborador premiado" que será promovido de "Malvado Favorito" para "Exterminador do Futuro" dos colegas da politicagem.

Aproxima-se o momento político do juízo final? A resposta não é tão simples no Brasil desgovernado pelo crime institucionalmente organizado. A tendência (na verdade um risco lamentável) é que prevaleça o costumeiro rigor seletivo que é a marca canalha da injustiça. Sempre é altíssima a probabilidade de que a máquina judiciária, tradicionalmente benevolente com os poderosos do andar de cima que os indicaram para as instâncias mais altas, escolha alguns para "bodes expiatórios". Assim, no final das contas, como no espetaculoso julgamento do Mensalão, a maioria de corruptos permanece poupada, debochando da cara do cidadão otário que só tem o direito de pagar cada vez mais impostos, sem a justa e devida contrapartida.

A delação de Sérgio Machado deveria dificultar as coisas para a desqualificada classe política brasileira. Ele forneceu informações detalhadas sobre o financiamento de campanhas políticas, empregando recursos resultantes majoritariamente de contratos superfaturados e negociatas com a administração pública - no caso, a Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, que é ume empresa de economia mista, cujo acionista controlador é a União e seu desgoverno criminoso. Machado chegou a detalhar que percentual foi pago como "doação legal de campanha" e quando foi doado ilegalmente, por debaixo dos panos, aos políticos de vários partidos.

O que Machado revelou realmente não pode passar em branco. O delator voltou a confirmar ontem que repassou R$ 1,5 milhão para a campanha a prefeito de Gabriel Chalita em 2012, a pedido do então vice-presidente da República Michel Temer. Machado cortou pesado contra o Presidento interino: “O vice-presidente e todos os políticos citados sabiam que a solicitação seria repassada a um fornecedor da Transpetro, através de minha influência direta. Não fosse isso, ele (Temer) teria procurado diretamente a empresa doadora”.

Machado deu a lição básica de como a banda da corrupção toca no Brasil: “Um político sabe que as contribuições oficiais vêm dos investimentos da empresa. Quem me pediu o recurso para a candidatura dele (Chalita) a prefeito de São Paulo foi o vice Michel Temer. Via doação oficial, não houve dinheiro. Eu nunca disse que era propina, mas eu acho que dificilmente alguém no meio político, que esteja em atuação, que tenha disputado eleição, não saiba como funciona o sistema”. Inegavelmente, Machado tem razão, em Brasília todos sabem de todos.

Até quando Michel Temer se submeterá ao vexame de entregar seus anéis para tentar salvar os dedos de ministros maculados pela Lava Jato? Ontem, caiu o terceiro ministro sob suspeita de enrosco com a Lava Jato. Outros já são cabras marcados para cair, antes mesmo da entrada no temerário time provisório de Temer. O curioso foi saber que Henrique Alves pediu para sair do Ministério do Turismo não pelas revelações do Machado. Mas sim por causa de outras bombas que ainda vão estourar na seletiva divulgação de sacanagens apuradas pelo Ministério Público Federal, para julgamento de Sérgio Moro ou dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Até agora, o placar é estranho: Moro 105 condenados x STF zeeeeeeeeeeeeeeeeeero...

O Alerta Total insiste, por 13 x 13, para os brasileiros e brasileiras tomarem vergonha na cara e reagirem de forma cidadã legítima: É necessária uma urgente Intervenção Cívica Constitucional que restaure a verdadeira Democracia nas instituições públicas. A vida privada brasileira não pode mais ficar refém de um modelo estatal capimunista - canalha, corrupto, centralizados e cartelizador. A sociedade brasileira deseja dar um basta ao desgoverno do crime organizado. O problema é que o cidadão ainda se comporta de forma demasiadamente "bunda mole", sem comprovar que tem plena capacidade de exercer seu legítimo poder instituinte para mudar as coisas para melhor, com base na lei, na ordem e na paz.

Resumindo: o Brasil precisa deixar de ser o País do jeitinho e dos FDPs (nos mais variados significados do termo chulo).

Reveja a segunda edição de quinta-feira: É hora do dá ou desce no Brasil
Releia o artigo da primeira edição de ontem: Quem vai tomar no Cunha, se ele virar delator?

Caça ao Janot

Desculpinha padrão

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Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

18 de junho de 2016
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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