"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

ALGO DE PODRE NA PETROBRAS: OS NÚMEROS DO PRÉ-SAL NÃO BATEM

Pedro Jacobi Portal do Geólogo


Há poucos dias atrás a Diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, em uma palestra sobre o Pré-Sal afirmou, com todas as letras, que o Pré-sal é “viável” e que tem “ um custo de produção de nove dólares por barril” . A mesma diretora continua e diz que este custo de produção será menor ainda no futuro.

A notícia é imediatamente repercutida no Twitter de José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras que tenta limpar o nome manchado pelos escândalos da Petrobras.

Essa notícia seria motivo de celebração a nível nacional, pois com US$ 9 de custo operacional a Petrobras teria um lucro de US$51 por barril produzido no Pré-Sal.

Um lucro gigantesco, ainda mais agora que a Petrobras está batendo recordes de produção no Pré-Sal, já ultrapassando a barreira de 726 mil barris por dia em junho deste 2014.

Ou seja: só o Pré-Sal adicionaria um lucro de US$37 milhões de dólares por dia (726.000 x 51) ou de 13,5 bilhões de dólares ao ano…mesmo aos preços deprimidos do petróleo de hoje.


CONVERSA FIADA

Seria ótimo se fosse verdade! Mas, obviamente, não é isso o que está ocorrendo, pois a Petrobras está cortando os investimentos em 37% e deixando de investir R$ 282 bilhões nos próximos quatro anos…

Com esse corte de investimentos, a produção de petróleo da Petrobras cairá dos 5,3 milhões de barris por dia previstos para apenas 3,7 milhões de bpd. Uma queda substancial e totalmente ilógica para quem produz um barril a US$ 9…

Como explicar que a Petrobras vai colocar o pé no freio do Pré-Sal se cada barril produzido, segundo a Diretora de Exploração e Produção , gera um lucro de US$51/por barril aos preços do petróleo de hoje?

Não seria o Pré-Sal a cereja do bolo, o grande gerador de lucros que a Solange Guedes e a Petrobras dizem ser?


CUSTOS REAIS

Para entender essa incoerência fomos buscar os custos reais da produção do barril do Pré-Sal, que segundo vários especialistas e pesquisas feitas pelo Portal do Geólogo é muito maior do que estes US$ 9/barril apregoados.

Em uma pesquisa aprofundada feita pelo Portal do Geólogo em 25 de dezembro de 2014, fica claro que a os poços do Pré-Sal tem um break-even entre US$ 30 e US$ 70 por barril e que a média está próxima dos US$ 45/barril, o mesmo número que a Petrobras publicou em 6 de janeiro de 2015 como representativo do Pré-sal.

No comunicado a Petrobras dizia que o custo de produção do barril médio do pré-sal estava em US$45, sem considerar os gastos do escoamento do gás, que adicionariam US$ 5 a US$ 7/barril. Ou seja: o barril médio, segundo o comunicado oficial da Petrobras, no pré-sal custava US$ 52 em janeiro de 2015.


E A TRANSPARÊNCIA?

No estudo (veja a imagem abaixo) feito pelo Portal do Geólogo na mesma época, não existia nenhum poço da Petrobras com custo de empate abaixo de US$30/barril.

Na realidade esses números não existem e nos estranha que a Petrobras, uma empresa pública que diz ter transparência e governança corporativa, não venha a público desfazer os erros e inferências que esse custo de US$ 9/barril dito por uma Diretora de Exploração e Produção podem causar aos desavisados investidores…(artigo enviado pelo comentarista Guilherme Almeida)




05 de janeiro de 2016
Pedro Jacobi
Portal do Geólogo


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