"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

INVESTIGAÇÃO DE ANGRA ENVOLVE VALTER CARDEAL, O AMIGO DE DILMA



Cardeal é o homem de Dilma na Eletrobras, digamos assim












A força-tarefa da Operação Lava Jato considera a delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa – que perdeu o sigilo na semana passada – um novo e fundamental elemento que comprova que o esquema de corrupção descoberto na Petrobrás, envolvendo partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff, foi o mesmo que atuou nas obras da Usina Nuclear Angra 3, no Rio. Um dos termos do delator aponta que o PMDB e PT eram beneficiários da propina cobrada na Eletronuclear – subsidiária do setor da estatal energética Eletrobrás – de empreiteiras do cartel que fatiava obras Petrobrás.
Na delação premiada de Pessoa, cuja íntegra foi tornada pública na última semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele detalha como PMDB e PT se cotizaram na cobrança de propinas em forma de doações políticas e eleitorais, nos mesmos moldes do esquema na Petrobrás – com operadores financeiros em comum e utilizando a mesma sistemática para viabilizar recursos ilícitos em troca de contratos com o poder público.
“O declarante entendeu que qualquer contribuição oficial para campanhas políticas nas eleições de 2014, em relação ao Senado, destinadas ao PMDB, seriam uma contrapartida pelo contrato de Angra 3”, conta Pessoa, no seu termo de delação 5.
R$ 30 MILHÕES
O contrato alvo da Lava Jato nas obras de Angra 3, assinado com a Eletronuclear – subsidiária da Eletrobrás, estatal energética, para o setor –, envolvia um acerto de propina de R$ 30 milhões para o PMDB, contou Pessoa. As negociações se arrastaram por longo período. Ele citou o então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, do PMDB, o presidente da Eletronuclear, almirante Othon Pinheiro, e o PT, via ex-tesoureiro João Vaccari Neto – por decisão do presidente da Eletrobrás, Valter Cardeal – como interlocutores do acerto.
“O almirante Othon Pinheiro alertou ao declarante que Valter Cardeal havia lhe dito que, como os consórcios de empresas de Angra 3 não haviam aceitado o desconto de 10% no preço das obras, tal como pretendido pelo conselho de administração da Eletrobrás, tendo sido acertado um desconto de 6%, as empresas seriam alvo de solicitação de repasses por parte do PT”, detalhou Pessoa, em depoimento prestado em 26 de maio, mas que perdeu o sigilo no dia 4.
“Essa solicitação corresponderia aos 4% de desconto que não foram dados no caso”, disse o delator. “O alerta do almirante Othon se confirmou, tendo João Vaccari entrado em contato com o declarante, ocasião em que lhe foi solicitada a realização de doações oficiais de campanha ao PT correspondentes aos 4%.”
SEM ACEITAÇÃO
O valor das contribuições acabou não sendo efetivado, pois o dono da UTC disse não ter concordado no início com essa contribuição por Angra ao PT. “Apesar das investidas, não houve aceitação por parte do declarante do pagamento solicitado por João Vaccari. Normalmente a negativa do declarante não colocava um ponto final nas cobranças. No entanto, algumas semanas depois, o declarante foi preso na ‘Operação Lava Jato’, o que inviabilizou qualquer outra tratativa.”
Para a força-tarefa da Lava Jato, a cobrança compartilhada de propina, por meio de agentes públicos indicados por partidos e operadores de propina nas obras de Angra, confirmam que as investigações de corrupção no setor elétrico deve ser mantido em Curitiba, junto com os processos da Petrobrás.
Por decisão do ministro Teori Zavalscki, relator da Lava Jato no STF, o caso de Angra 3 foi remetido para a Justiça Federal no Rio, por falta de conexão. O entendimento foi contestado pela Procuradoria Geral da República, em recursos apresentados à 5ª Turma do Supremo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Assim como Lula tem um amigo chamado Bumlai envolvido numa série de atos de corrupção, Dilma tem um amigo chamado Cardeal que percorreu o mesmo caminho. Por insistência dela, Lula nomeou o engenheiro gaúcho Valter Cardeal de Souza para a diretoria da Eletrobras e ele chegou a ser presidente interino da estatal, de 2007 a 2008. Atualmente, é Diretor de Geração, mas está licenciado desde que seu nome começou a aparecer cada vez mais no esquema da Eletronuclear, que tem tudo a ver com o Petrolão. As investigações estão cada vez mais perto dele, há um caso envolvendo a módica quantia de 157 milhões de euros, e Dilma não poderá dizer que não sabia de nada. (C.N.)

14 de dezembro de 2015
Ricardo Brandt, Mateus Coutinho e Fausto MacedoEstadão

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