14 de dezembro de 2015, vésperas de Natal |
FANTASMA NEGRO
Márcia Barroso
Márcia Barroso
A cara do sofrimento
Dorme ao relento
Nas ruas vazias
Vadias,
Repletas de nada
Nos Reflexos das luzes
Escuras…
Corpos que se agasalham
Nos trapos
Farrapos deixados pelos caminhos
Sujos
Abandonados
Invisíveis
Sofrem calados
Porque o choro silenciou
Na garganta seca
E o medo de tão intenso
Esqueceu de assustar…
A cara da fome
Mama nas tetas flácidas
Recostadas nas calçadas
Com as mãos abertas
Pedintes
Famintas
A barriga não ronca
Ela ruge
Exige
Mas não tem resposta
E troca
O pedaço de pão
Pela ilusão
Do crack
Ou qualquer outra droga
Que possa saciar
O desejo de se alimentar
De vida
De alívio
Da fome que nada sacia
E a barriga segue vazia
E qualquer farelo não basta
Pois o desejo de pão é ancestral
Animal
E pede, pede
Mas ninguém dá.
Então exige, ataca
E não acata,
Porque precisa saciar
Uma fome que não mata
Porque desacata
A ordem de seguir vivendo
Como um fantasma negro
Zumbi
Que mostra a existência nula,
Chula,
Inútil e resistente
Vivente…
A cara da solidão
Se esconde amedrontada
Teme ser reconhecida
Por quem a abandonou.
Cresceu só
E aprendeu que não tem par
Vive
Porque insiste
Suporta
Mas não sabe ser sozinho
E busca alguém para abraçar
Acalentar
Amar
E faz um filho
Para preencher o vazio
Desta inexistência
Viva
De não ser ninguém.
Dorme ao relento
Nas ruas vazias
Vadias,
Repletas de nada
Nos Reflexos das luzes
Escuras…
Corpos que se agasalham
Nos trapos
Farrapos deixados pelos caminhos
Sujos
Abandonados
Invisíveis
Sofrem calados
Porque o choro silenciou
Na garganta seca
E o medo de tão intenso
Esqueceu de assustar…
A cara da fome
Mama nas tetas flácidas
Recostadas nas calçadas
Com as mãos abertas
Pedintes
Famintas
A barriga não ronca
Ela ruge
Exige
Mas não tem resposta
E troca
O pedaço de pão
Pela ilusão
Do crack
Ou qualquer outra droga
Que possa saciar
O desejo de se alimentar
De vida
De alívio
Da fome que nada sacia
E a barriga segue vazia
E qualquer farelo não basta
Pois o desejo de pão é ancestral
Animal
E pede, pede
Mas ninguém dá.
Então exige, ataca
E não acata,
Porque precisa saciar
Uma fome que não mata
Porque desacata
A ordem de seguir vivendo
Como um fantasma negro
Zumbi
Que mostra a existência nula,
Chula,
Inútil e resistente
Vivente…
A cara da solidão
Se esconde amedrontada
Teme ser reconhecida
Por quem a abandonou.
Cresceu só
E aprendeu que não tem par
Vive
Porque insiste
Suporta
Mas não sabe ser sozinho
E busca alguém para abraçar
Acalentar
Amar
E faz um filho
Para preencher o vazio
Desta inexistência
Viva
De não ser ninguém.
(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)
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