"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

PF DEFLAGRA 20a. FASE DA LAVA JATO E COLOCA PASADENA NA MIRA



Pasadena, chamada de “Ruivinha”, devido à ferrugem aparente
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira, 16, a Operação Corrosão, 20ª fase da Lava Jato. Estão sendo cumpridos 2 mandados de prisão temporária, 11 de busca e apreensão e 5 de condução coercitiva – quando o investigado é levado para depor e liberado – no Rio de Janeiro, em Rio Bonito (RJ), em Petrópolis (RJ), em Niterói (RJ) e em Salvador (BA).
O ex-gerente-executivo da área internacional da Petrobras, Roberto Gonçalves, foi preso pela Policia federal do Rio, por volta das 8 horas da manhã. De acordo com o seu advogado, James Walter, Gonçalves está sendo levado para Curitiba.
Walker admitiu que se cliente participava “tecnicamente” dos contratos da empresa com refinarias, mas que não sabia os motivos pelos quais foi preso. “Os mandados relativos a todas as pessoas são genéricos, precisamos ter acesso à denúncia para nos pronunciarmos”, disse. Segundo o advogado, Roberto é funcionário de carreira há mais de 30 anos da Petrobras, como engenheiro técnico, e se aposentou no final do ano passado.
LISTA DE ENVOLVIDOS
Segundo a Procuradoria da República, são investigados ex-gerente de Inteligência de Mercado da área Internacional da Petrobrás Rafael Mauro Comino, Luis Carlos Moreira da Silva (ex-gerente executivo de Desenvolvimento de Negócios da Internacional), Cezar de Souza Tavares (ex-empregado da Petrobrás), Aurélio Telles, Agosthilde Monaco e Carlos Roberto Barbosa, “por haver provas de terem recebido propinas” na compra da Refinaria de Pasadena, localizada no Texas.
Há também evidências que indicam que Luis Carlos Moreira da Silva, Rafael Mauro Comino e Cezar de Souza Tavares corromperam-se para que a contratação dos navios-sonda Vitória 10.000 e Petrobras 10.000 fosse concretizada. Glauco Colepicolo Legatti é investigado por ter recebido propina em contratos da Petrobras para a construção da Refinaria Abreu e Lima. Por fim, há evidências de que Roberto Gonçalves corrompeu-se na diretoria de serviços e na Sete Brasil.
“As ações policiais desta manhã têm como alvo ex-funcionários da Petrobrás, investigados pelo recebimento indevido de valores por parte de representantes de empresas contratantes da estatal, notadamente em contratos relacionados com as refinarias Abreu e Lima e Pasadena”, informou a PF em nota.
NOVO “OPERADOR”
De acordo com a corporação, estão sendo cumpridas medidas em investigação que apura a atuação de um novo operador financeiro identificado com facilitador na movimentação de recursos indevidos pagos a integrantes da Diretoria de Abastecimento da estatal.
Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, dentre outros crimes em apuração. Os presos serão levados para a Superintendência da PF em Curitiba, base da Lava Jato.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que a nova etapa da Operação Lava Jato, denominada Corrosão, é uma referência ‘à corrosão dos próprios princípios institucionais e de governança da Petrobrás’.
O delegado Igor Romário, da Polícia Federal, anotou que o nome Corrosão serve de alguma forma para ilustrar como a Petrobrás, seus navios e plataformas vão ‘sangrando recursos da empresa, o reflexo que a corrupção causa na empresa, corrói todo o caixa’.

17 de novembro de 2015
Julia Affonso, Ricardo Brandt, Fausto Macedo  e Constança Rezende
Estadão

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