"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 15 de novembro de 2015

FRANÇA VAI SE UNIR À RÚSSIA CONTRA O ESTADO ISLÂMICO?




O presidente da França, François Hollande, demorou para afirmar que o culpado pelos atentados em Paris foi o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que recentemente derrubou um jato comercial russo no Egito, matando 224 pessoas. Hollande esperou que a mídia recebesse o comunicado do EI assumindo o atentado. Então, tomou fôlego e deu uma declaração oficial a seu país sobre os atentados, qualificando-os de “um ato de guerra do Estado Islâmico contra a França”.
Mais lentamente ainda, Hollande respeitou o final de semana e somente convocou reunião do Parlamento para esta segunda-feira, no Palácio de Versalhes. E o que dirá o governante aos parlamentares franceses, sobre os terroristas que mataram 127 pessoas, feriram outras dezenas, sob motivações meramente políticas e religiosas?
Bem, as medidas de praxe já foram tomadas. Hollande decretou no sábado um luto nacional de três dias pelos atentados da sexta-feira 13. Grandes concentrações para manifestações públicas estão proibidas em toda a França até quinta-feira, dia 19. E o Exército francês continuará patrulhando as ruas de Paris nos próximos dias, para evitar novos atentados.
A DECISÃO FINAL
Mas o que o presidente pretende propor perante as duas câmaras do Parlamento, reunidas juntas no Palácio de Versalhes nesta segunda-feira, em convocação extraordinária, pouco frequente na república francesa?
Já se sabe que as forças de segurança francesa levantaram a existência de aproximadamente 5 mil muçulmanos suspeitos de atividades subversivas. Tem sido monitorados em sistema de amostragem, a França reconhece que não há condições de investigar todos eles.
Mas o presidente não pode se omitir. Terá de anunciar e pedir aprovação para alguma medida de força contra o Estado Islâmico. A França supostamente entrou na coalizão de países que combate o EI no final do ano passado, mas só começou a fazer bombardeios aéreos contra os islamitas na Síria no dia 27 de setembro deste ano. Há cinco dias, caças franceses destruíram um centro de distribuição de petróleo do Estado Islâmico na Síria, perto da cidade de Deir Ezzor.
Para alguns analistas, os ataques em Paris na sexta-feira 13 podem ser retaliação de extremistas islâmicos contra os bombardeios franceses na Síria.
CONTRA OS JIHADISTAS
Atualmente, a única potência que realmente está enfrentando os jihadistas é a Rússia. Será que a França terá a coragem e a dignidade de esquecer momentaneamente sua sujeição aos Estados Unidos e unir esforços com os russos, para dar um basta à barbárie mundial que está destruindo a imagem dos verdadeiros islamitas?
Não há dúvida de é necessário haver uma mobilização internacional contra o Estado Islâmico, que se formou em represália às intervenções dos EUA no Oriente Médio e utiliza armamentos e tropas que os próprios norte-americanos e os sauditas financiaram.
Mas que países se interessam por essa indispensável mobilização, se o mundo continua sujeito às pretensões hegemônicas dos Estados Unidos?

15 de novembro de 2015
Carlos Newton

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