«Prevenir acidentes é dever de todos» era advertência afixada em lugar bem visível nos bondes de antigamente. O homem ainda estava engatinhando em matéria de desenvolvimento mecânico e tecnológico. Explosões, incêndios, desastres de todo tipo eram muito mais comuns que hoje. Estes últimos 100 anos trouxeram considerável avanço em matéria de prevenção.

A maior parte dos acidentes, no entanto, entra em outra categoria. São acontecimentos contra os quais podemos – e devemos – nos prevenir. Se precauções não eliminam todos os acidentes, certamente diminuem o risco.
Pelo relato dos jornais, a catástrofe de Mariana é resultado de negligência. O estado atual de desenvolvimento da engenharia fornece os elementos necessários para evitar que uma diga ceda. Chuvas torrenciais, corriqueiras em regiões tropicais, não servem como desculpa para esse tipo de acidente. Nem mesmo tremores de terra de pequena magnitude, dado que se produzem no Brasil com certa frequência.
As instalações de Mariana pertencem a um consórcio em que a mineradora brasileira Vale responde por cinquenta por cento. Essa empresa, gigante mundial no ramo, explora variadas jazidas espalhadas por 30 países.
Em artigo do ano passado intitulado Exportando desleixo, fiz breve relato dos estragos que essa empresa vem causando na Nova Caledônia, território francês do Oceano Pacífico. Exploram ali uma mina de níquel. De 2009 a 2014, causaram nada menos que sete acidentes industriais. Produtos diversos vazaram e contaminaram terras e vidas.

Essa companhia deverá responder civil e criminalmente pelo desastre de Mariana. Em terras civilizadas, poderiam ir já provisionando alguns bilhões. No Brasil, onde amigos do rei têm direito a tratamento de favor, só Deus sabe como vai terminar. Quem viver, verá.
13 de novembro de 2015
José Horta Manzano
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Um texto ameno para o tamanho da tragédia que causou um dos maiores acidentes eco-sistêmico dos últimos tempos. Estarrecedor! Um rio agoniza e com ele, cidades e vilas dele dependentes. O descaso e a negligência, responsáveis pela tragédia, repetem os conhecidos espetáculos de medidas paliativas, diante da destruição absoluta, do desespero de milhares de famílias que vêm suas vidas destroçadas, suas casas, seus poucos bens, porém valiosos, desaparecerem assim, em instantes... A lama tóxica, agora, é a nova paisagem. Não é possível imaginar a dor e o desespero que sufocam as vítimas dessa tragédia absurda!
Do texto valem as imagens.
O que falta a um país como o nosso?
Todos sabemos a resposta. Infelizmente, ainda há um grande contigente de pessoas, que acredita no Brasil de fantasia, no Brasil dos palanques, no Brasil das maravilhas.
A grande torcida enxerga o país de chuteiras, que o resto não tem importância. O resto, Deus dará...
Do texto valem as imagens.
O que falta a um país como o nosso?
Todos sabemos a resposta. Infelizmente, ainda há um grande contigente de pessoas, que acredita no Brasil de fantasia, no Brasil dos palanques, no Brasil das maravilhas.
A grande torcida enxerga o país de chuteiras, que o resto não tem importância. O resto, Deus dará...
m.americo
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