"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 12 de setembro de 2015

UM MOMENTO CRÍTICO DA NOSSA HISTÓRIA

Pretendo abordar um assunto prioritário que precisa ser resolvido nestes próximos dias, sob pena da história do Brasil ficar de tal forma maculada que as possíveis ações políticas futuras, redentoras da atual anarquia, serão comprometidas. Trata-se de homenagear uma virtude: a honra de um povo. Tal constatação é fato determinante para a vida de cada um em particular e para a sociedade brasileira como um todo, a não ser que aceitemos a possibilidade de viver numa sociedade de canalhas, amoral por definição.

A constância do deboche e da ofensa ética perversa não podem mais continuar a passar despercebidas da população sem que surjam gestos legais, efetivos e radicais, de repudio à atual conjuntura.
Não podemos aceitar cidadãos e cidadãs, com problemas a serem resolvidos pela justiça, já indiciados e denunciados, na direção do país à frente dos poderes da Republica. É impensável e inaceitável. Não há como ser condescendente com estes fatos. Acredito que o que nos resta, como um farol indicando o rumo a ser seguido para a preservação da democracia, é o Poder Judiciário.

Não há mais duvidas de que a Presidente vai ter de deixar o cargo em breve: ou pela ação do Superior Tribunal Eleitoral, ou pelo esperado parecer do TCU a ser apreciado pela Câmara Federal.

No entanto, o que não pode acontecer é que o processo legal, na Câmara dos Deputados, seja conduzido pelo Deputado Cunha, Presidente da Casa, já denunciado pelo Poder Judiciário. Seria um escárnio para com a nação: – um suspeito de corrupção presidir o julgamento de outra pessoa também suspeita de corrupção administrativa e de ter faltado com a verdade para com o povo que a elegeu. Isto não existe, é demais, não pode acontecer – e os parlamentares, irresponsáveis e incompetentes na sua maioria, não se movimentam sequer para protegerem a honra e a dignidade da Pátria, constantemente ultrajada, impedindo este inaceitável procedimento.

Todos os denunciados que ocupam cargos como o de Presidente da Câmara de Deputados e do Senado Federal, Deputados e Senadores, Ministros, por uma questão de simples decência, de dignidade, devem, (já deviam ter feito), se licenciar até que sejam julgados. Se forem absolvidos voltam.

Não é possível aceitar que a atual dramática crise política, seja conduzida por conchavos, compromissos de apoio futuros, numa nojenta articulação de mentes canalhas e amorais, se sobrepondo aos interesses da pátria que exige que a honra seja a primeira virtude a ser cortejada por todos, em quaisquer situações. A grave e complicada crise econômica e social não encontrará solução com a participação deste bando de suspeitos, de denunciados, de idiotas e irresponsáveis.

Nós, cidadãos e cidadãs, honrados, pacientes e ordeiros, exigimos que isto aconteça já. As próximas eleições estão muito distantes no tempo - não há como esperar em face da gravidade da crise que nos assola. Esperamos que os parlamentares providenciem, de imediato, o que for necessário para que as leis e os valores morais da nação prevaleçam.

Nós, o povo, não agüentamos mais tanto desrespeito e deboche. Basta. Parem de nos ofender e provocar.



12 de setembro de 2015
Eurico de Andrade Neves Borba, 75, aposentado, escritor, ex professor e ex Vice Reitor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, um dos fundadores do PSDB em 1988, mora em Ana Rech, Caxias do Sul.

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