"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

SÍNDROME DE BURNOUT: QUANDO O TRABALHO NOS ADOECE

 



 
Você vai para o trabalho como se estivesse indo para um matadouro? Tem constantes sensações de exaustão, cansaço e fadiga, e a cada dia vai tomando aversão ao seu ambiente de trabalho? Anda evitando sair, odeia reuniões e está sem disposição para aquele papo do escritório, da loja ou da escola? Sente um vazio interior, absoluta falta de disposição e, nos domingos à noite e nas segundas, em especial, mal dá conta de ficar em pé? Anda cheio de sintomas físicos e vai a médicos, faz exames, tudo dá normal, e, no entanto, sente como se fosse consumido por uma constante virose ou por uma fadiga crônica?
 
Pois bem, é imensa a possibilidade de você sofrer da síndrome de Burnout ou, como preferem outros, síndrome do esgotamento profissional. Trata-se de uma quase falência da energia física e mental, quase uma depressão laborativa. E, se você for da área da saúde (enfermeiros em especial, médicos em enorme proporção, atendentes nas urgências, então, nem se fala), da área da educação (tanto que existe um capítulo à parte para os professores), profissional da tecnologia de informação, trabalhador do judiciário, de repartições públicas, bancário, ou daqueles que mais lidam com o público, fique de orelha em pé! Sem um mínimo de prazer, relaxamento e, por que não dizer, dom e talento, o trabalho pode ser altamente doentio.
 
TUDO PELO DINHEIRO
Fazer o que não se gosta, tendo como objetivo a mera sobrevivência salarial, agindo de forma robotizada, indiferente e torturante, é meio caminho para o inferno diário. Hoje, percebemos que há uma epidemia de insatisfação profissional contaminando o ambiente de empresas, com perda de produtividade e uma troca constante de empresas e empregos, como sinal dessa síndrome. Em um mundo rápido, competitivo, que exige especialistas em detrimento da criatividade, relaxamento, alegria e estímulo no trabalho, é preciso começar a pensar seriamente nesse problema que afeta a todos.
 
Afinal, passamos um terço da vida no trabalho e, para piorar, o ir e vir no trânsito caótico, em meios de transporte sufocantes, e ainda tendo que viver forçosamente em companhia de pessoas que muitas vezes são pesadas, insatisfeitas e queixosas. Dose pra leão!
Tem solução? Sim, e o primeiro passo é entender que, após um diagnóstico, tal quadro impõe tratamentos que podem ir desde o uso de medicação bem prescrita até apoio terapêutico, mudanças de rotina, exercícios aeróbicos, eliminação de cafeína e regulação de sono, entre outras medidas.
 
ECOLOGIA HUMANA
Bendita a empresa que investe em uma ecologia humana para seus funcionários, que entende que a morbidade, a angústia, o estresse sufocante são custos, e busca, assim, formas de combate ambiental a esse desastre que é a síndrome de Burnout. Quantas vezes atendo médicos com fobia de hospital, querendo desistir de tudo? Ou educadores dedicados que têm pânico só de ouvir a bagunça dos alunos ou pais hostis? Quantas carreiras são abandonadas, quantos talentos desperdiçados por uma inadequação do ambiente de trabalho?
 
Em um mundo que perde a cada dia a sensação, a percepção e a consciência do sentido da vida, mudar comportamento e buscar uma nova forma de existir começa de dentro para fora. Chega de viver em preto e branco e ficar trocando seis por meia dúzia. O tempo não para, e extrair do paralelepípedo a pedra preciosa é uma urgência de todos nós!

16 de abril de 2015
Eduardo Aquino
O Tempo

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