"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A BOMBA RELÓGIO DA DÍVIDA DOS ESTADOS UNIDOS



Desculpe, mas o problema que vou mostrar não dá para ninguém culpar um dos dois grandes partidos dos EUA. Sim, o presidente Barack Obama tornou o problema muito, muito pior, mas a verdade assustadora é que a dívida nacional dos EUA continua aumentando implacavelmente, não importando quem ou qual partido esteja no governo dos EUA. Essa é a nova lei da política americana.
 
 
“Na Dívida Confiamos”
 
 
Quando cheguei pela primeira vez a Washington no início da década de 1980, a dívida estava em torno de 2 trilhões de dólares. Nesta semana, 30 anos e cinco presidentes depois, a dívida excedeu pela primeira vez 18 trilhões de dólares.
Nos últimos 40 anos — com exceção de apenas 4 anos —, os EUA estão no vermelho.
 
Isto é $18.000.000.000.000. Todos sabemos que 18 milhões é muito dinheiro. Mas, nesse caso, é 18 milhões de dólares vezes outro milhão. Esse número é tão gigantesco que não vamos compreendê-lo nem conseguiremos compreendê-lo.
Muitos americanos dizem:
 
·         Por que se preocupar?
·         Devemos essa dívida para nós mesmos.
·         A poderosa economia americana é grande o suficiente para absorver essa dívida.
·         Os EUA foram construídos em dívida.
 
·         Não existe melhor época para tomar emprestado do que quando as taxas de juro são as mais baixas em 40 anos.
Algumas dessas afirmações têm alguma verdade. Com certeza, os EUA têm uma economia de quase 18 trilhões de dólares, mas o problema da dívida está aumentando mais do que a economia.
 
Só nos últimos sete anos — o último ano do governo de George W. Bush e os primeiros seis anos do governo de Obama — a dívida aumentou cerca de 7,4 trilhões de dólares — 10 vezes mais do que toda a dívida que os EUA tiveram em seus primeiros 200 anos de história como nação.
 
Minha opinião é que a dívida que o governo faz nem sempre é inerentemente má. A sabedoria de tomar emprestado depende do modo como se usa o dinheiro:
 
·         Os EUA tomaram emprestados trilhões (no dólar de hoje) para ganhar a 2ª Guerra Mundial. Com certeza valeu a pena.
·         Os EUA tomaram emprestado outro 1,8 trilhão de dólares durante os anos Reagan para financiar medidas para ganhar a Guerra Fria e reconstruir a economia privada com cortes de impostos, claramente beneficiando gerações futuras, de modo que assumissem parte das despesas.
 
Mas o que os EUA compraram com a maior parte de sua dívida nas últimas duas décadas é um Estado assistencialista maior e mais expansivo. Quase metade dos lares americanos, de acordo com a agência de recenseamento dos EUA, recebe ajuda financeira do governo, ou um benefício direto do governo hoje. Mais de um terço dos lares americanos recebe algum tipo de benefício governamental sem trabalhar.
 
Obama chamou essas políticas, que envolvem gastar e tomar emprestado, de “estímulo.” Será mesmo?
 
O que é que as dívidas do governo de Obama mostram? O escândalo Solyndra. Quarenta e seis milhões de bolsas-família. O colapso do sistema de saúde público de Obama. Etc.
Esta é uma das primeiras vezes na história americana (a era pós-Guerra do Vietnã é outra) em que os EUA abriram as comportas de empréstimos numa época em que o orçamento de suas forças armadas tem sido cortado de forma drástica.
 
Eis a maior preocupação com uma dívida de 18 trilhões de dólares: O que acontecerá se/quando as taxas de juros voltarem a subir?
Resposta: esse é o equivalente econômico da opção nuclear.
Cada aumento de 1 ponto de percentagem faz com que o déficit dos EUA aumente em mais que 1 trilhão de dólares durante 10 anos. Então um aumento de ponto de base de 300 em índices — nada mais que uma volta à normalidade — significaria cerca de 5 trilhões de dólares em déficits federais.
 
Se isso acontecer, os custos de manter a dívida crescem astronomicamente e os pagamentos de juros se tornariam o maior item de despesa no orçamento.
Os EUA começam a pagar mais e mais impostos só para financiar os empréstimos que tomaram no passado.
Foi isso o que aconteceu na cidade de Detroit; olhe o resultado final: Detroit hoje é uma cidade falida.
 
 
 
 
Talvez essa bolha não vá estourar. Os americanos precisam orar para que não estoure.
Se estourar, o colapso imobiliário de 2008-2009 vai parecer piquenique em comparação.
Os políticos acham que estão trapaceando aqui, mas a vasta maioria dos americanos sente que a economia está na direção errada em grande parte por causa dessa bomba relógio de dívida.
 
Esse quadro explica por que as políticas de Barack Obama foram totalmente destroçadas durante as eleições do Congresso dos EUA em novembro passado.
Uma grande nação não registra contas não pagas mês após mês, ano após ano, década após década. O bom senso básico dos americanos lhes diz que não dá para se manter no caminho da prosperidade à custa de empréstimos e dívidas.
 
Oh, e os EUA continuam tomando emprestado um trilhão de dólares por ano. Então, a dívida provavelmente atingirá 20 trilhões de dólares em algum momento antes de 2018. Vai ser difícil os EUA terem dias melhores.
 
*Stephen Moore é o principal economista da Fundação Heritage.
 
30 de janeiro de 2015
Stephen Moore
 
Traduzido por Julio Severo do artigo da CBN News: The United States of Debt: A Ticking Time Bomb
 
Leitura recomendada:
 
 

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