"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 15 de novembro de 2014

PELA PRIMEIRA V EZ, COLOCAR OS CORRUPTORES NA CADEIA



O empresário Ricardo Pessoa, da UTC, foi o primeiro a ser preso

O objetivo não declarado dos policiais e procuradores federais na fase atual da Operação lava Jato é colocar os corruptores na prisão.

Por corruptores entenda-se os presidentes e diretores de grandes empreiteiras, como Odebrecht, Camargo Corrêa e Mendes Júnior. Essas empresas -nove ao todo, pertencentes a sete grupos- têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a Petrobras, considerando o período de 2003 a 2014. Também foi preso o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque.

Dito de outra forma, eles querem “passar o país a limpo”, para usar um clichê repetido por policiais e procuradores.
A pergunta que eles não cansam de repetir é a seguinte: por que esses executivos não são presos como os outros criminosos? Por que essa blindagem?

CHANCE HISTÓRICA

Com os corruptores acuados e presos, acreditam os policiais, há uma chance histórica de a corrupção deixar de ser epidêmica no país.

Não por acaso o modelo de investigação de muitos policiais e procuradores é a Operação Mãos Limpas, que devastou a máfia e a corrupção política na Itália nos anos 1990.
Prender corruptores não era o objetivo inicial da investigação, centrada no que parecia ser um doleiro de província, Alberto Youssef, cujos negócios iniciais se concentravam no Paraná.

O objetivo passou a ser as empreiteiras quando dois dos presos decidiram assinar um acordo de delação premiada: o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.

ARQUIVAMENTO

Policiais federais não se conformam até hoje que a investigação em torno da Camargo Corrêa, na Operação Castelo de Areia, tenha sido arquivada em 2011 por decisão do STJ por causa de uma questão processual (as escutas telefônicas não foram precedidas por investigação de campo, como determina a lei).

Todas as supostas irregularidades descobertas à época foram jogadas no lixo com a decisão do STJ.

O dia 14 de novembro passa a ser uma data histórica para os policiais que não se conformavam com o fim da Castelo de Areia. Não há um espírito de revanche, mas de que o trabalho foi finalmente feito.

15 de novembro de 2014, DIA DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
Mário Cesar Carvalho
Folha

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