"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

PT PERDE PARA PSDB POSTO DE PARTIDO COM MAIOR VOTAÇÃO NA LEGENDA PARA CÂMARA

 

   
O PT perdeu nas eleições deste ano o posto de partido com maior voto na legenda para a Câmara dos Deputados. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, desde a eleição de 1990, a sigla concentrava o maior número de eleitores que preferem depositar o voto no partido e não em um candidato específico.
Mas o quadro mudou em 2014. Da legislatura passada para a atual, a queda do total de votos dados ao partido chegou a quase 25%. Não bastasse, é a primeira vez na história recente que o partido ficou atrás do PSDB no total de votos em legenda recebidos.
 
Pela legislação, os eleitores que votam na legenda para cargos de deputados federal, estadual (ou distrital) e ainda vereador declaram uma espécie de “voto sem cabeça”.
Esse tipo de voto tem o mesmo peso para o chamado quociente eleitoral daqueles que são dados pelos eleitores aos candidatos. O quociente eleitoral, por sua vez, é o número mínimo de votos que cada partido ou coligação partidária precisa ter para eleger um representante no Legislativo.
Ou seja: quanto maior os votos nos candidatos e os votos na legenda, maiores as chances de eleição.
 
Na eleição deste ano, os petistas receberam 1,75 milhão de votos de legenda para a Câmara dos Deputados (o que representa 21,6% do total de votos válidos). Foram ultrapassados pelos tucanos, que amealharam 1,92 milhão de votos por esse formato (23,8%). A título de comparação, em 1990, o PT conquistou 1,790 milhão de votos (24,1%) e o PSDB apenas 340 mil votos (4,6%). Nesse período, os votos válidos para deputados federais pularam de 40,5 milhões para 96,8 milhões de eleitores, um aumento de 139%.
 
Em termos absolutos, o partido alcançou o recorde de votações na legenda para deputado federal na primeira eleição de Lula, em 2002. Naquela ocasião, o PT conquistou 2,35 milhões de votos nessa modalidade (27,13% dos votos válidos), o que fez o partido eleger 91 deputados, conquistar a maior bancada da Câmara e, de quebra, eleger o presidente da Casa. Em termos proporcionais, o maior desempenho do partido foi em 1994, quando ficou com 50,63% dos votos válidos (2.007.076 votos na legenda).
 
Contudo, os votos nos partidos políticos para a Câmara tiveram uma diminuição de 914 mil entre a eleição passada e a atual, de 9 milhões para 8,1 milhões no período. PSDB e PMDB também reduziram esse tipo de votação de 2010 a 2014, mas somente o PT foi responsável por uma queda de 60% dos “votos sem cabeça” em todo o País.
 
Histórico

Historicamente, o PT sempre defendeu o fortalecimento do partido com a votação dos eleitores na legenda. Na atual eleição, por exemplo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal líder político do partido, gravou vídeo conclamando o eleitor a votar “13″ no pleito deste ano. O secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza, credita a perda de apoio de simpatizantes do partido à “campanha de ódio contra o PT” feita neste ano. “Enfrentamos uma campanha que foi das mais difíceis de nossa história”, disse Souza. “É uma disputa permanente. Tem momentos em que se sofre algum revés”, admitiu o secretário.

(…)
 
ComentoCampanha do ódio? Voltarei ao assunto mais tarde.

22 de outubro de 2014
Reinaldo Azevedo
Por Beatriz Bulla e Ricardo Brito, no Estadão

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