"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O GOLPE DA ÁGUA


Quero voltar à guerra político-eleitoral da água, deflagrada pelo PT, pelos setores da imprensa alinhados com o petismo, pela campanha eleitoral de Dilma Rousseff e por Vicente Andreu, que é petista, presidente da Agência Nacional de Águas, oriundo da CUT e que, hoje em dia, está fazendo campanha eleitoral. Vamos lá.
 
A primeira questão relevante é a seguinte: o fornecimento de água, hoje, em São Paulo, não é nem maior nem menor do que durante a eleição. No fim de semana retrasado, muita gente ficou sem água ao mesmo tempo porque houve problemas técnicos graves na adutora Americanópolis e em Osasco.
 
De resto, tudo continua como estava, como diria Dilma Rousseff, “no que se refere” ao abastecimento. O que se tem, aí sim, é campanha eleitoreira descarada. Um dado da pesquisa Datafolha publicada na segunda-feira, pela Folha, não mereceu, parece, o devido destaque. Depois de todo o terrorismo feito com a questão da água, o instituto quis saber em quem votariam os eleitores paulistanos se a disputa para o governo do Estado fosse agora.
 
Os de má-fé e os ignorantes saíram botando terror por aí porque números publicados com destaque pelo Datafolha mostravam que o tucano teria 33% de votos na cidade, contra 19% de Paulo Skaf, do PMDB, e 12% de Alexandre Padilha, do PT. Disseram que votariam em branco, nulo ou em ninguém 25%, 9% afirmaram não saber, e 3% citaram outros nomes.
 
Pois bem: Alckmin obteve, na cidade de São Paulo, nas urnas, 51,94% dos votos válidos. Segundo os números do Datafolha, ele tria hoje 50%; Skaf teria 28% (contra 21,4% nas urnas), e o petista Alexandre Padilha teria caído de 22,21% para 17,9%.
 
Ou por outra: a variação de Alckmin, na capital, está dentro da margem de erro. À diferença do que pretendiam os petistas, o prestígio do governador segue inabalado. Embora haja um enorme esforço para jogar a responsabilidade pela falta de chuva nas costas do tucano, o efeito eleitoral esperado por muitos — e pelo qual muitos torciam — não aconteceu.
 
Há problemas de abastecimento em São Paulo? Há. Existe racionamento ou falta generalizada de água? Não! O que mudou foi a determinação do PT, da Agência Nacional de Águas — manipulada pelo partido — e da campanha eleitoral de Dilma Rousseff de tentar explorar o assunto politicamente.
Se os petistas acham que Alckmin é o culpado porque não chove, talvez seja o caso de indagar a culpa de Dilma pela seca na cabeceira do Rio São Francisco.
 
22 de outubro de 2014
Reinaldo Azevedo 

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