"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

DEMÔNIOS QUE JAMAIS SERÃO EXORCIZADOS

A FAVOR DA SAÚDE E CONTRA O SUCATEAMENTO DOS HOSPITAIS PÚBLICOS, EU VOTO AÉCIO

          




Dilma Rousseff ocupa hoje o primeiro microfone das Nações Unidas, quer dizer, como de praxe, cabe ao Brasil o  discurso inicial na abertura da Assembléia Geral. Na aparência, perderá dois dias de campanha pela reeleição,  mas certamente ganhará uma semana de alta exposição na mídia nacional.  Pelo que se sabe, fará um pronunciamento mais de candidata , menos  de análise da  política mundial. Importa pouco,  para ela, alinhar críticas e reflexões a respeito da crise econômica que assola a Europa ou da loucura que tomou conta do Oriente Médio. Melhor será comentar as realizações de seu governo, ainda que inseridas no contexto dos países em desenvolvimento.

Senão uma fraude, ao menos um golpe dado abaixo da linha da cintura de seus adversários. Nem Aécio nem Marina dispõem da tribuna das  Nações Unidas para impressionar o eleitorado nacional, fator que nos leva ao  estrilo  de sempre:   o maior mal que Fernando Henrique causou ao país não foi a supressão de direitos trabalhistas, sequer a entrega de parte de nossa economia ao capital estrangeiro. Foi arrancar do Congresso, até pela compra de votos, a emenda constitucional da reeleição, a começar pela dele mesmo, sem sequer a cláusula da desincompatibilização. No exercício do primeiro mandato, presidentes, governadores e prefeitos estão aptos a disputar o segundo com a caneta e o diário oficial nas mãos.

O singular é que, de  verdade, nenhum partido ou líder de prestígio admite revogar esse  execrável  princípio. Lula o  adotou  e venceu, assim como Dilma agora tenta vencer.Pouco importa se Aécio e Marina se pronunciam contra e prometem mudar as regras do jogo,  patrocinando a revogação do segundo mandato imediatamente seguinte ao primeiro.
É conversa para enganar os trouxas, pois se um dos dois candidatos for eleito em outubro, jamais tocará no assunto.

Quem despreza  a oportunidade de ficar oito anos no poder em vez de quatro? Ou cinco ou seis, se por passe de mágica, como compensação, o Congresso  aprovar a extensão do  mandato único?
Como Dilma viajou  para Nova York? A bordo do avião  presidencial,  com todas as mordomias. Quem custeará as despesas de sua hospedagem num dos mais luxuosos hotéis da maior cidade do mundo?
O tesouro nacional. Nem será o PT, apesar do evidente sentido eleitoral da viagem.  Além de o palácio da Alvorada estar servindo de centro maior da campanha da reeleição, de a peregrinação pelos estados fazer-se com toda a infra-estrutura da presidência da República e da complacência da Justiça Eleitoral, não há como separar a condição de candidata com a de chefe do governo. Fernando Henrique fez assim, o Lula também, e por que Dilma seria diferente?

Se perder a eleição, será pelo esgotamento do uso do poder pelos companheiros, mas tanto Aécio quanto Marina, se chegarem lá, utilizarão os mesmos argumentos e artifícios que  cercarão  a majestade de suas funções.
O mal já foi feito e parece impossível  de remoção. Graças a quem o praticou, despertando demônios nascidos da ambição, que jamais serão exorcizados.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário