"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 26 de julho de 2014

ANÕES UNIDOS, JAMAIS SERÃO VENCIDOS?

             

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Depois de dar ao governo de Israel, diante de sua reação aos ataques com foguetes do Hamas, o tratamento que se recusou a dar a Bashar Al Assad, o envenenador, diante do massacre de sua própria população que prossegue ha mais de dois anos graças ao veto de que o Brasil é co-autor a qualquer ação com vistas a por um fim à matança, a “diplomacia” petista reage “indignada” ao coice que recebeu em troca do que desferiu.
Chamada de “anão diplomático” que “excluiu-se da comunidade dos países civilizados” para aderir à dos países “criadores de problemas”, a corrente marcoaureliana do Itamaraty, ao contrário da do chanceler Luis Alberto Figueiredo que procurou por panos quentes no episódio mostrando que ainda se lembra das lições de Rio Branco, houve por bem “iniciar consultas com os demais sócios do Mercosul”  instando-os a aderir à sua condenação de mão única.
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Anões, unidos, jamais serão vencidos”?
É mais fácil um raciocínio desse gênero estar inspirando esta ação do que a tradição de Rio Branco, que vem sendo sistematicamente banida de nossa prática diplomática, aquela que ainda chegou a ser alegada como resposta ao destampatório do porta-voz da chancelaria israelense à nota brasileira, seguida da convocação do embaixador em Israel de volta a Brasilia, contra o “uso desproporcional da força contra os palestinos por Israel” desacompanhado de qualquer menção aos ataques com foguetes do Hamas contra alvos civis israelenses ou de qualquer apelo pela trégua diversas vezes proposta e todas as vezes recusadas por esse grupo.
É sempre desagradável ouvir verdades sobre o seu prórpio país na boca de um estrangeiro, mas o que disse o porta-voz israelense está longe de ser mentira.
 
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O episódio é, também, uma espécie de resumo da tragédia do Oriente Médio onde, além da expulsão de qualquer requício de racionalidade pelas reações figadais de parte a parte inspiradas pela vingança da vingança da vingança, está a manipulação ideológica estrangeira desse conflito que ajuda tanto a mante-lo infernal como é quanto a irracionalidade que move as vítimas mais diretas dele.
Na verdade esta é mais condenável que aquela pois que a irracionalidade toma suas vítimas à revelia de sua vontade enquanto essa manipulação é fria, calculada e eivada de dolo.
A realidade que está lá é que os foguetes não cessam de partir de ambos os lados, com a diferença de que os do Hamas não acertam o alvo porque são destruídos no ar por um aparato tecnológico que os palestinos não têm condição de replicar e os dos israelenses acertam, produzindo mais de um lado que do outro as vítimas que os dois lados se esforçam por produzir.
 
 
 
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Mas o que fazer? Deixar de revidar os ataques e passar apenas a tentar desbaratar passivamente a chuva de foguetes do Hamas antes que cheguem aos alvos para os quais foram apontados? É não só impensável como algo impossível de por em prática até por um governo que desejasse fazê-lo mas que, como todo governo democraticamente eleito, age mandatado pelos alvos desses ataques.
Fingir que esses foguetes, apenas porque não acertam os alvos, não estão sendo disparados? É de uma má fé que só é tida como assumível pelo Itamaraty marcoaureliano e seus inspiradores pelo mundo afora, ao qual o outro, do chanceler Figueiredo, retruca com luvas de pelica.
Resta pressionar os dois lados por uma trégua que dê uma chance à racionalidade e ponha de volta no isolamento tanto os radicais do Hamas que indubitavelmente usam sua própria gente despedaçada como a munição para a guerra de propaganda de que necessitam cada vez mais, quanto os radicais israelenses que, lá no fundo, torcem por mais um ataque para poder revida-lo.
 
 
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A guerra, como sempre, é o paraíso dos psicopatas e dos mutilados morais, e os há por toda a parte, especialmente numa região  conflagrada ha décadas, senão ha milênios .
Mas a manipulação da guerra não. A manipulação da guerra é só o cantinho dos canalhas.
É nesse cantinho escuro e mal cheiroso que se encontram para engendrar “soluções finais”, os extremistas do nacional socialismo com seu antisemitismo e os extremistas do socialismo internacionalista com seu antisionismo, de fronteiras tão sutis e que, conforme a hora do dia, as variações de temperatura e umidade do ar ou as fronteiras nacionais dentro das quais se instalam, transformam-se em anti-arabismo, em anti-islamismo ou em anti-ocidentalismo.
É a baba que essa gente distila que engraxa as engrenagens das guerras.
 
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27 de julho de 20e14
vespeiro

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