Banco Mundial projeta expansão do PIB brasileiro em 2,4%
Relatório da instituição indica que crescimento do país ficará abaixo da média global em 2014 - e será o menor entre os países que compõem o Bric
O ministro da Fazenda, Guido Mantega: relatório do Banco Mundial prevê crescimento de 2,4% (Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)
Relatório do Banco Mundial divulgado nesta terça-feira eleva a previsão de crescimento econômico global pela primeira vez em três anos – e projeta para o Brasil uma das menores expansões de Produto Interno Bruto (PIB) entre os países em desenvolvimento. De acordo com o documento, o PIB global crescerá 3,2% em 2014. Já a projeção de crescimento da economia brasileira ao final deste ano é de 2,4%, menor do que México (3,4%) e Argentina (2,8%). Entre os Brics, o Brasil é o país com menor previsão de expansão do PIB. A China lidera, com 7,7%, seguida por Índia (6,2%), África do Sul e Rússia, ambas com 2,7%. Em 2013, o Banco Mundial acredita que o Brasil tenha registrado crescimento de 2,2%.
Segundo as novas projeções do Banco Mundial, o PIB dos países em desenvolvimento deve avançar 5,3% este ano, contra 4,8% em 2013. O crescimento econômico dos emergentes deve se intensificar este ano, fundamentalmente sob o impulso da China, mas permanecerá a ameaça da "volatilidade" dos fluxos de capital, adverte a instituição em seu relatório.
"A intensificação do crescimento nos países em vias de desenvolvimento está sustentada por uma aceleração nos países ricos e pela continuidade do forte crescimento na China", afirma o documento. A instituição adverte para a persistência de "ventos contrários" que já se manifestaram em 2013, tendo como pano de fundo os temores de um endurecimento da política monetária dos Estados Unidos.
Vários países emergentes, como Brasil e Turquia, se viram abalados por um refluxo de capitais provocado por investidores impacientes por repatriar seu dinheiro para os Estados Unidos, em busca de melhores rendimentos. "As perspectivas de crescimento continuam sob ameaça de ventos contrários provenientes de uma alta das taxas de juros e de uma potencial volatilidade dos fluxos de capital, agora que o Fed (Federal Reserve) começou a reduzir seu apoio monetário em massa", destaca o Banco Mundial.
Desde meados de dezembro, quando o Fed decidiu reduzir sua injeção de liquidez, sua política de saída gradual ocorreu "sem incidentes", destaca o relatório. Mas uma alta "demasiado rápida" das taxas de juros nos países ricos poderia reduzir brutalmente os fluxos de capital que estão irrigando os países emergentes e que permitem financiar seu crescimento.
Segundo o Banco Mundial, estes fluxos poderão ser reduzidos em "mais de 50%" ao longo de vários meses e um cenário deste tipo afetaria fundamentalmente os países cuja expansão econômica foi financiada por uma explosão do crédito.
O Banco Mundial convoca os líderes políticos a preparar, desde já, suas respostas a estas novas turbulências financeiras, incluindo o abrandamento das regulamentações que limitam os fluxos de capital e a implementação de políticas para atrair investimentos estrangeiros diretos. "Os indicadores econômicos mundiais mostram sinais de progresso, mas não é preciso ser adivinho para prever que existem perigos ocultos", comentou o economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu, citado no comunicado.
Na quinta-feira passada, o Fundo Monetário Internacional também advertiu para a persistência de "riscos de volatilidade" nos mercados emergentes.
Economia global - A perspectiva mais otimista sugere que a economia global está finalmente se libertando de uma longa e lenta recuperação após a crise financeira global. Na última estimativa do banco, em junho, a instituição esperava que o crescimento global atingisse 3% em 2014.
15 de janeiro de 2014
Veja, (Com agências Reuters e France-Presse)
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