Após tantas discussões, fases e muita expectativa criada, enfim a Reforma da Previdência foi votada e aprovada em primeiro turno na Câmara Federal.
A importância da matéria era e é absurda não só para um governo que engatinha, mas para um país com tradição estatista e na lama da crise fiscal. A maioria dos brasileiros a queria, tanto é que em duas oportunidades foram às ruas para pressionar a classe política pela aprovação da mesma.
O fato da reforma ter ido da água para o vinho com a opinião pública fez com que o estamento burocrático a quisesse para si. Tanto é que Rodrigo Maia, presidente da Câmara e líder informal do establishment político, é dado como merecedor único dos méritos da aprovação da reforma. A articulação política para conseguir os votos necessários é dele e por isso ele merece todo o reconhecimento, dizem. A realidade dos fatos é bem diferente.
Primeiro que a reforma é do governo pelo fato de ela ter sido elaborada pelo mesmo. O ministro Paulo Guedes foi o grande arquiteto da proposta – muito bem elaborada por sinal. A ideia de economia de R$ 1 trilhão é sua, não do Congresso. O governo apresentou a proposta para a Câmara, ciente das dificuldades iminentes caso ela não fosse aprovada, e do consequente desgaste por assumir a responsabilidade de uma reforma impopular.
O governo também conseguiu fazer a população comprar a ideia da Reforma da Previdência, principalmente o presidente Bolsonaro. Sua base eleitoral é muito fiel e abraçou a proposta pelo simples fato de Bolsonaro passar a defendê-la de forma mais incisiva. A necessidade da reforma sempre foi falada, mas nunca caiu nas graças da população brasileira – em qualquer governo. Michel Temer tinha certo capital político para aprová-la, mas um governo desgastado e enfraquecido pelas revelações de Joesley Batista fez naufragar as chances de sucesso. Nisso Bolsonaro tem seus méritos, e fez a reforma ter uma boa quantidade de defensores.
Importante ressaltar que o PSL, partido do presidente, apoiou a reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara já pensando na Reforma da Previdência. Também, é claro, Maia seria reeleito com ou sem o apoio dos deputados pesselistas. Porém, ele não pode reclamar de falta de articulação do governo, pois esse papel era seu desde o início – e com o aval do governo.
Vale lembrar que as duas grandes manifestações em defesa da reforma foram da base eleitoral do presidente Bolsonaro, numa reação clara as tentativas do Centrão para desidratar a reforma. Paulinho da Força, deputado pelo Solidariedade por SP, disse que a reforma aprovada seria ‘’uma reforma aprovada que não garantisse a reeleição de Bolsonaro’’. Rodrigo Maia também protagonizou uma troca de farpas inúteis com o presidente. A reforma de Paulo Guedes e do governo estava a sofrer sérios riscos, e os brasileiros que foram defendê-la estavam em clara oposição à classe política que hoje roga os méritos de sua aprovação.
Os leitores da minha coluna vão lembrar de um artigo que fiz chamado ‘’Brasil não é playground do Centrão – nem de Rodrigo Maia’’. A mesma classe política que agora quer para si a reforma foi a mesma que a sabotou e quis chantagear o presidente Bolsonaro. Quis colocá-lo em descrédito com o povo. Quis deixá-lo sim como uma rainha da Inglaterra.
Rodrigo Maia fez uma clara provocação a Bolsonaro e aos seus apoiadores: ‘’ Não haverá investimento privado sem democracia forte. Investidor de longo prazo não investe em país que ataca as instituições.’’ Ele omite um simples fato que esclarece qualquer escuridão sobre a questão: ninguém atacou as instituições pelo o que elas são – parte da divisão de poder e alicerces de qualquer Estado de direito. As críticas mais que justas feitas pelo povo são pelos seus integrantes estarem em total desconexão com a vontade popular, por suas decisões que a ignoram.
Um governo novo, fruto de uma onda conservadora que rompeu com o estamento burocrático patrimonialista e com a esquerda do Foro de São Paulo, teve a coragem de assumir uma responsabilidade grande. A não aprovação da reforma traria um futuro sombrio, e o aumento do desemprego e de outras consequências ruins seriam colocadas na conta do presidente Bolsonaro. E ele é sim o maior responsável pela aprovação da Reforma da Previdência.
11 de julho de 2019
Carlos Junior
renova mídia
A importância da matéria era e é absurda não só para um governo que engatinha, mas para um país com tradição estatista e na lama da crise fiscal. A maioria dos brasileiros a queria, tanto é que em duas oportunidades foram às ruas para pressionar a classe política pela aprovação da mesma.
O fato da reforma ter ido da água para o vinho com a opinião pública fez com que o estamento burocrático a quisesse para si. Tanto é que Rodrigo Maia, presidente da Câmara e líder informal do establishment político, é dado como merecedor único dos méritos da aprovação da reforma. A articulação política para conseguir os votos necessários é dele e por isso ele merece todo o reconhecimento, dizem. A realidade dos fatos é bem diferente.
Primeiro que a reforma é do governo pelo fato de ela ter sido elaborada pelo mesmo. O ministro Paulo Guedes foi o grande arquiteto da proposta – muito bem elaborada por sinal. A ideia de economia de R$ 1 trilhão é sua, não do Congresso. O governo apresentou a proposta para a Câmara, ciente das dificuldades iminentes caso ela não fosse aprovada, e do consequente desgaste por assumir a responsabilidade de uma reforma impopular.
O governo também conseguiu fazer a população comprar a ideia da Reforma da Previdência, principalmente o presidente Bolsonaro. Sua base eleitoral é muito fiel e abraçou a proposta pelo simples fato de Bolsonaro passar a defendê-la de forma mais incisiva. A necessidade da reforma sempre foi falada, mas nunca caiu nas graças da população brasileira – em qualquer governo. Michel Temer tinha certo capital político para aprová-la, mas um governo desgastado e enfraquecido pelas revelações de Joesley Batista fez naufragar as chances de sucesso. Nisso Bolsonaro tem seus méritos, e fez a reforma ter uma boa quantidade de defensores.
Importante ressaltar que o PSL, partido do presidente, apoiou a reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara já pensando na Reforma da Previdência. Também, é claro, Maia seria reeleito com ou sem o apoio dos deputados pesselistas. Porém, ele não pode reclamar de falta de articulação do governo, pois esse papel era seu desde o início – e com o aval do governo.
Vale lembrar que as duas grandes manifestações em defesa da reforma foram da base eleitoral do presidente Bolsonaro, numa reação clara as tentativas do Centrão para desidratar a reforma. Paulinho da Força, deputado pelo Solidariedade por SP, disse que a reforma aprovada seria ‘’uma reforma aprovada que não garantisse a reeleição de Bolsonaro’’. Rodrigo Maia também protagonizou uma troca de farpas inúteis com o presidente. A reforma de Paulo Guedes e do governo estava a sofrer sérios riscos, e os brasileiros que foram defendê-la estavam em clara oposição à classe política que hoje roga os méritos de sua aprovação.
Os leitores da minha coluna vão lembrar de um artigo que fiz chamado ‘’Brasil não é playground do Centrão – nem de Rodrigo Maia’’. A mesma classe política que agora quer para si a reforma foi a mesma que a sabotou e quis chantagear o presidente Bolsonaro. Quis colocá-lo em descrédito com o povo. Quis deixá-lo sim como uma rainha da Inglaterra.
Rodrigo Maia fez uma clara provocação a Bolsonaro e aos seus apoiadores: ‘’ Não haverá investimento privado sem democracia forte. Investidor de longo prazo não investe em país que ataca as instituições.’’ Ele omite um simples fato que esclarece qualquer escuridão sobre a questão: ninguém atacou as instituições pelo o que elas são – parte da divisão de poder e alicerces de qualquer Estado de direito. As críticas mais que justas feitas pelo povo são pelos seus integrantes estarem em total desconexão com a vontade popular, por suas decisões que a ignoram.
Um governo novo, fruto de uma onda conservadora que rompeu com o estamento burocrático patrimonialista e com a esquerda do Foro de São Paulo, teve a coragem de assumir uma responsabilidade grande. A não aprovação da reforma traria um futuro sombrio, e o aumento do desemprego e de outras consequências ruins seriam colocadas na conta do presidente Bolsonaro. E ele é sim o maior responsável pela aprovação da Reforma da Previdência.
11 de julho de 2019
Carlos Junior
renova mídia
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