"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

SITE PUBLICA SUPOSTO ARRANJO DE MORO E DALLAGNOL NA LAVA JATO

Reportagens publicadas pelo Intercept mostram que ex-juiz combinou estratégias de investigação para implicar o ex-presidente Lula em atos criminosos

Moro (Rafael Marchante/Reuters)

São Paulo — A noite de domingo trouxe uma notícia com potencial explosivo para o futuro da Lava Jato e para o ambiente político. Pouco depois das 20h o Ministério Público Federal divulgou nota afirmando ter sido vítima de um ataque hacker. A notícia não faz referência direta, mas veio a público pouco depois de uma reportagem exclusiva colocar a Lava Jato contra a parede.

Segundo o site Intercept, do jornalista Glen Greenwald, quando era juiz federal, Sergio Moro combinou com Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato no Ministério Público Federal, estratégias de investigação para implicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em atos criminosos.

Numa das conversas, de outubro de 2015, Dellagnol e Moro conversam sobre soltura de Alexandrino Alencar, diretor da Odebrecht próximo a Lula.

“Estamos com outra denúncia a ponto de sair”, escreve Dallagnol. “Seria possível apreciar hoje?”. Em outro trecho, o procurador elogia o juiz por manifestações populares pedindo o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em março de 2016.


O Intercept cita conversas mantidas por Moro e Dallagnol no aplicativo de mensagens Telegram. Novos detalhes ainda devem vir à tona, mas a reportagem tem repercutido entre os principais atores políticos do país e analistas.

Segundo Fernando Haddad, candidato do PT às eleições de 2018, é “o maior escândalo institucional da história da República”.


Fernando Haddad
✔@Haddad_Fernando


Podemos estar diante do maior escândalo institucional da história da República. Muitos seriam presos, processos teriam que ser anulados e uma grande farsa seria revelada ao mundo. Vamos acompanhar com toda cautela, mas não podemos nos deter. Que se apure toda a verdade!

Sérgio Praça, professor da FGV e colunista de EXAME, afirma que as conversas desrespeitam a neutralidade do Judiciário e podem acabar levando à renúncia de Moro, atual ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.

Em nota, o Ministério Público afirma que “os dados eventualmente obtidos refletem uma atividade desenvolvida com pleno respeito à legalidade e de forma técnica e imparcial”.

Às 20h49, Deltan Dallagnol foi ao Twitter. “A atuação sórdida daqueles que vierem a se aproveitar da ação do ‘hacker’ para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto e falsificar integral ou parcialmente informações atende a interesses inconfessáveis de criminosos atingidos pela Lava Jato”, escreveu.


Deltan Dallagnol
✔@deltanmd

· 21h

“Os procuradores da Lava Jato não vão se dobrar à invasão imoral e ilegal, à extorsão ou à tentativa de expor e deturpar suas vidas pessoais e profissionais”. http://bit.ly/2WzFTio 



Força-tarefa informa a ocorrência de ataque criminoso à Lava Jato

Procuradores mostram tranquilidade quanto à legitimidade da atuação, mas revelam preocupação com segurança pessoal e com falsificação e deturpação do significado de mensagensmpf.mp.br



Deltan Dallagnol
✔@deltanmd


“A atuação sórdida daqueles que vierem a se aproveitar da ação do “hacker” para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto e falsificar integral ou parcialmente informações atende interesses inconfessáveis de criminosos atingidos pela Lava Jato”.

A reportagem do Intercept, e seus desdobramentos, têm potencial de mexer com os mercados a partir desta segunda-feira. Segundo conteúdo divulgado pela XP, a Lava-Jato sofreu seu ataque mais importante até aqui. Porém, segundo a corretora, “há que se considerar para o debate jurídico que o material revelado é fruto de ação ilegal”
.

10 de junho de 2019
Revista Exame

Nenhum comentário:

Postar um comentário