"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

OS VERDADEIROS TRAPALHÕES

Dom Pedro II, o nosso grande monarca e maior governante que este país já teve, dizia que a imprensa se combate com a própria imprensa. A liberdade de expressão é um direito garantido em nossa constituição, embora tantas vezes violado justamente por quem deveria ser o seu guardião.

Explico: a grande mídia tenta pintar o presidente Jair Bolsonaro como um líder limitado, incompetente e omisso nas articulações para a aprovação de seus projetos no Congresso. 

Em uma era de agências de checagem e difamações contra a mídia independente, cabe a mim nesta RENOVA Mídia fazer o papel do verdadeiro jornalismo e desfazer mais essa narrativa mentirosa.

O assunto carece de uma boa retrospectiva: depois de empossado, Bolsonaro veio com Paulo Guedes. O ministro da Economia apresentou uma proposta de reforma da previdência considerada ótima, ousada e eficiente. A bolsa de valores passou dos 100 mil pontos, o dólar despencou e o clima era de esperança. 
Com o mercado e a opinião popular favoráveis a proposta tão necessária ao país, o otimismo de então era um trunfo do governo para aprovar a reforma.

Aí entra em cena Rodrigo Maia. O presidente da Câmara foi eleito com uma agenda reformista, prometeu a governadores e outros políticos empenho na aprovação da reforma da previdência. 
De uma hora para outra, começou a atacar deliberadamente o presidente Bolsonaro. Primeiro, reclamou que ‘’faltava articulação’’ por parte do presidente. 
Ora, em momento algum Rodrigo Maia deixou claro o que seria tal articulação. Ele bem sabe que Bolsonaro foi eleito justamente para mudar a relação entre Executivo e Legislativo, uma vez o povo cansado das velhas negociatas espúrias. 
Depois, disse que o governo era um ‘’deserto de ideias’’. Como ele quer estabelecer algum diálogo com o Planalto alfinetando o mesmo de forma repetida na imprensa?

Os resultados não tardaram a aparecer: a bolsa despencou 3% em apenas um dia, o dólar voltou a subir e as previsões de crescimento econômico caíram. 
A vaidade e a arrogância de um presidente de uma das duas casas congressuais totalmente irresponsável não me parecem ter freios. Quando Carlos Bolsonaro, filho do presidente, defendeu o pai no twitter, Maia não gostou. Uma troca de farpas totalmente desnecessária iniciada pelo próprio Maia, bom que se diga.

A imprensa, inimiga incansável do governo, aproveitou o mal-estar gerado por Maia e partiu para o ataque a Bolsonaro. O de sempre foi colado: o presidente é incompetente, não sabe ouvir vozes diferentes e articular com o Congresso. Ela conseguiu dar um rastro de legitimidade aos parlamentares descontentes com o governo, e o clima ficou insustentável.

Veio então as manifestações do dia 26 de maio. O povo foi às ruas ao perceber diversas manobras do meio político para isolar Bolsonaro e criar imensas dificuldades na aprovação dos projetos do governo. 
Reforma da previdência, pacote anticrime, COAF com Moro… As ruas mostraram seus descontentamentos e exigências a um parlamento vaidoso e ineficaz.

Depois disso, Bolsonaro entendeu que era hora de usar as manifestações a seu favor e tentar estabelecer um diálogo com os outros poderes para dar fim ao clima de inimizade. Chamou para conversar o presidente da Câmara, do Senado e do STF. Finalmente, parecia que teríamos os poderes da República em consonância com as vontades do povo em prol do país. O clima ruim teria um ponto final pelo bem de uma nação agonizante.

Aí entra em cena Davi Alcolumbre. O presidente do Senado já tinha dado diversos sinais de estar em oposição com as vontades populares, como não ter levado adiante a abertura da CPI da Lava Toga. 
O sinal amarelo com o mesmo já estava aceso. Depois do ‘’Pacto pelo Brasil’’ do presidente Bolsonaro – em que o próprio Alcolumbre participou –, o presidente do Senado falou em entrevista para a Globonews o seguinte: ‘’O governo [Bolsonaro] comete, todos os dias, algum tipo de trapalhada na coordenação política, na gestão e na relação política’’.

As perguntas que ficam depois disso tudo são: as seguidas declarações e troca de farpas protagonizadas por Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre vão ajudar no quê? Até quando eles vão provocar o Palácio do Planalto e em seguida colocar a culpa no mesmo pela péssima relação entre Executivo e Legislativo?

Os verdadeiros trapalhões na política brasileira precisam falar menos e trabalhar mais. Precisam parar, por exemplo, de votarem uma MP uma semana antes dela perder validade. Precisam ouvir o povo, o ente abstrato que os colocaram lá. Precisam ser mais brasileiros.


Referências: [1][2][3][4]


10 de junho de 2019
Carlos Junior
renova mídia

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