"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

QUEREM PRIVATIZAR PETROBRAS, BANCO DO BRASIL E CAIXA, E NINGUÉM CHAMA A POLÍCIA??

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Charge do Zop (Arquivo Google)
Esses que dizem aí ser favoráveis a que se privatize tudo, sem sequer fazer ressalvas, perdoe-me, são sem noção, sem visão. Imagine-se vender a Petrobras para os americanos, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para grupos de outros países e assim por diante, passando adiante outras empresas genuinamente brasileiras. Será o fim do país como nação soberana.
Se é pelo fato de haver corrupção em estatais, então o raciocínio é que se venda tudo ??? Francamente isso é idiotice. Sou favorável a que se privatize empresas de áreas não estratégicas mas desde que não haja desnacionalização. A desnacionalização da economia é catástrofe, é entreguismo e traição.
Novamente peço licença para colocar aqui uma pequena parte do pronunciamento do desembargador Pedro Vals Feu Rosa, feito por ocasião da abertura do XXV Curso de Política e Estratégia da ADESG-ES (1/7/2010)
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A IMPORTÂNCIA DAS EMPRESAS NACIONAIS
Pedro Vals Feu Rosa
“Rússia, Índia e China trataram de fortalecer seus respectivos parques industriais e tecnológicos nacionais, enquanto que nós fizemos o oposto, vendendo para estrangeiros algumas de nossas melhores empresas.
Nominalmente, não produzimos sequer uma calculadora de bolso, pois falta-nos até mesmo uma fábrica de chips. Somos meros montadores de aparelhos eletrônicos.
E é assim que o documento norte-americano sugere que a participação do Brasil no BRICS será a de sediar conversas e negociações lá no Rio de Janeiro, onde a atmosfera é mais amena e o carnaval está chegando.
MERO EXPORTADOR – Concluiu-se, ainda, que o Brasil, após 2020, deverá ser um dos grandes exportadores de petróleo e de produtos agrícolas do planeta, o que robusteceria profundamente sua economia; também confere: basicamente é a continuação da economia extrativista que há 500 anos retira do Brasil riquezas naturais a preço de banana em troca de bens industrializados importados a peso de ouro.
Sobre este aspecto, as gerações contemporâneas, na ansiedade de agradar ao capitalismo estrangeiro, engendraram uma segunda “abertura dos portos” – esta última, entretanto, de resultados calamitosos para um país que pretende se desenvolver.
Em verdade, o processo de desnacionalização da economia que se promoveu no nosso país, até onde pesquisei, não encontra paralelo no planeta!
EXEMPLO DA FRANÇA – Citarei um pequeno exemplo: há coisa de um ou dois anos planejou-se vender uma das maiores empresas privadas da França a um grupo norte-americano – um negócio absolutamente lícito.
Mas eis que os Poderes constituídos daquele país, de forma aberta e frontal, anunciaram ser aquela empresa uma jóia do país, que não poderia ser vendida, e que tudo fariam para impedir o avanço das negociações.
O resultado: a empresa continua francesa, e agora revitalizada. Em nosso país o processo histórico contemporâneo foi diferente: Venda-se! Entregue-se!
DESNACIONALIZAÇÃO – Nos últimos anos, incríveis 60% das empresas brasileiras negociadas foram parar nas mãos de estrangeiros.
Foi assim que chegamos no insólito país cujos habitantes compram de empresas estrangeiras aqui instaladas o leite de suas próprias vacas, a água mineral de suas próprias nascentes e a maioria dos produtos de sua própria terra.
Da indústria alimentícia à mineração, da comunicação à siderurgia, dos transportes à energia, o que o Brasil possuía de melhor foi vendido a grupos estrangeiros. Um país não pode se desenvolver verdadeiramente sob tais condições.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– É impressionante o poder de síntese do desembargador Pedro Vals Feu Rosa. Em poucos linhas, ele dá um curso se macroeconomia, que confirma as teses defendidas aqui na TI por Flávio José Bortolotto e outros articulistas. O Brasil é o país com maior potencial de crescimento no mundo, se o governo não atrapalhasse, já ficaria de bom tamanho, mas a sanha privatista parecer um novo tipo de furor uterino que contamina acadêmicos, economistas e políticos de ambos os sexos. (C.N.)


07 de junho de 2019
Milton Vieira de Souza Lima

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