"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

AO ATACAR A MÍDIA, BOLSONARO PRESTA UM SERVIÇO AO PAÍS, MAS ESTÁ ATACANDO ERRADO



Charge reproduzida do Arquivo Google
Todos sabem que a vida é muito mais criativa do que a ficção. A qualquer momento poderemos nos surpreender com um fato verdadeiro que jamais imaginaríamos que aconteceria. Por exemplo: quem havia de supor que o Brasil teria um presidente capaz de enfrentar a grande mídia, como está acontecendo agora com Jair Bolsonaro? O mais curioso ainda é a contradição. O presidente ataca a grande mídia (Globo, Folha, Estadão e Veja) por se sentir perseguido. Mas acontece que só está sendo alvejado incessantemente porque tomou a iniciativa de denunciar essa perseguição, que na verdade existiu, mas acabaria assim que ele ganhasse a eleição. Depois disso, a grande imprensa se amoldaria e encaixaria no novo governo, sem a menor desinibição.
A BRIGA CONTINUA – Bolsonaro é turrão e não mudou de atitude, vive atacando a mídia e afagando a TV Record e o SBT, que nem podem ser considerados como órgãos de imprensa, pois seu investimento em jornalismo é mínimo, apenas para cumprir a legislação. E a briga continua, cada vez mais surrealista.
O mais paradoxal é que o governo e a mídia são aliados no assunto do momento – a reforma da Previdência. A maior organização jornalística do país, considerada inimiga de Bolsonaro, é a que mais defende a reforma, chega a se constrangedor o apoio do grupo Globo.
REFORMA “TABAJARA” – A mídia se comporta como se estivesse em curso uma reforma “Tabajara”, tipo “seus problemas acabaram”, e não dá uma só palavra sobre a dívida pública que está inviabilizando o país.
A cada dia, os brasileiros pagam um pedágio de quase R$ 3 bilhões, No final do ano, são quase R$ 1,1 trilhão, que continuaremos pagando mesmo que a reforma “Tabajara” seja aprovada e mande para o espaço as conquistas sociais dos brasileiros, porque uma coisa é eliminar privilégios e outra coisa muito diferente é cortar benefício de quem está em situação miserável, que Deus jamais perdoe essa torpeza.
DÍVIDA SAGRADA – Não se pode discutir a dívida pública porque é um tabu, assunto do máximo interesse dos banqueiros, que obtêm no Brasil os maiores lucros do mundo exatamente quando país vive a pior recessão de sua História. Tem algo errado nessa equação, e ninguém se interessa?
A mídia está amordaçada, mas o governo, não. Bolsonaro deveria esculhambar a mídia pela proteção que dá aos banqueiros, no entanto ele nem entende o que está acontecendo, acha que é “perseguido político” igual ao Lula…
O maior erro de Bolsonaro foi dar a chave do cofre a um banqueiro. Nós votamos nele para passar o país a limpo e defender o interesse público, mas ele nos está traindo e se tornou um defensor dos interesses das instituições financeiras.
###
P.S. – Bolsonaro pode brigar com a mídia à vontade. Não precisa investir um tostão em propaganda oficial, nem mesmo nos amestrados da Record e do SBT. Mesmo assim a mídia vai sobreviver, porque os banqueiros sempre estarão prontos para ajudá-la, na base de uma mão lava a outra. Vamos ficar por aqui, mas depois a gente volta ao assunto, porque há um novo golpe dos banqueiros em curso no Senado, acredite se quiser. Eles são insaciáveis. (C.N.)

25 de fevereiro de 2019
Carlos Newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário