"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

VAMOS DAR FORÇA AO MORO, MAS SEUS PLANOS NÃO CONSEGUIRÃO RESOLVER A VIOLÊNCIA

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Juízes Bretas e Moro, em palestra realizada na FGV – Ri
Se você assiste televisão no Brasil, fica assustado com a violência em que vive nosso povo. Além de sermos recordistas mundiais em homicídios e balas perdidas, é impressionante o número de crimes bárbaros cometidos por pessoas desesperadamente apaixonadas, com execução de famílias inteiras, seguida de suicídio do autor.
GUERRA CIVIL – O noticiário no Brasil é uma maluquice, a gente sabe que está no meio de uma guerra civil não declarada e que não tem solução, é preciso reconhecer. O futuro ministro Sérgio Moro já tomou a dianteira e vai apresentar ao Congresso o que chamou de “Plano Real”, com medidas mais rígidas contra a corrupção e as quadrilhas organizadas, que recentemente ganharam o codinome de organizações criminosas, como se isso fizesse alguma diferença.
As ideias de Moro são ótimas, o futuro ministro quer aumentar o rigor penal, controlar os presídios e evitar a prescrição de crimes graves. Seu projeto vai melhorar o quadro, não há dúvida, mas o problema da criminalidade continuará existindo.
PROBLEMA NACIONAL – Por ainda ser o trombone nacional, sediando a maior rede de televisão do país, o noticiário sobre o Rio de Janeiro sempre tem maior destaque, mas a questão da violência já está mais do que nacionalizada.
Não é possível haver solução a curto ou médio prazo, porque as grandes cidades do Rio de Janeiro estão recheadas de “no go zones”, favelas ou guetos onde a Polícia só entra para trocar tiros e ser escorraçada – sejamos realistas, esta é nossa realidade, e não tem intervenção militar que dê jeito.
É a mesma situação de outras grandes cidades do mundo, como Nova York, Los Angeles, Paris, Londres, Berlim, Estocolmo etc., todas obrigadas a conviver com suas “no go zones”.
UM NOVO DESAFIO – Este problema o Brasil já conhece desde a década de 40, quando começou a ocorrer a favelização de áreas nas grandes cidades. Este fenômeno social foi motivado pela seca do Nordeste, pela desigualdade social e pela falta de planejamento familiar, cuja adoção era combatida simultaneamente pela hegemônica Igreja Católica e pelo Partido Comunista, que à época era muito influente, vejam como os extremos podem se encontrar na ignorância e na falta de visão político-social.
Em outras grandes cidades do mundo (com as exceções de praxe), especialmente nos Estados Unidos, as “no go zones” foram criadas pelo racismo e pela desigualdade social. Na Europa, porém, o fenômeno é mais novo e deriva do excessivo planejamento familiar e da necessidade de acolher imigrantes que possam cuidar das tarefas menos nobres na pirâmide social.
UMA LUZ NO TÚNEL –  No caso do Brasil, nos anos 70 era recordista mundial em crescimento da população, cada mulher tinha na média 5,8 filhos, uma boçalidade. Em 2010 a taxa de fecundidade caiu para 1,8%, significando que por volta de 2033 a população vai parar de crescer e depois vai diminuir, porque a simples reposição requer taxa de fecundidade de 2,1 para cada mulher.
Na verdade, nossa criminalidade não será resolvida enquanto não houver educação pública de melhor qualidade, menos desemprego e menor desigualdade social. Mas são três metas tipo sonho que tão cedo o Brasil não concretizará.
Enquanto o país insistir nessa política de tentar conviver a miséria absoluta e a riqueza total, a criminalidade e a violência podem até diminuir, mas tudo continuará como dantes no castelo de Abrantes, conforme se dizia antigamente.
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P.S. 
– Vamos apoiar e dar força total ao programa de Moro e aos planos dos governadores eleitos. Gosto muito da tese do ex-juiz Witzel, que sugere “abater” quem estiver portando um fuzil e entrar na mira telescópica do atirador de elite. Mas não nos iludamos. Devemos estar conscientes de que a criminalidade e a violência ainda vão nos perseguir por muito tempo – mas muito tempo, mesmo.(C.N.)  


26 de novembro de 2018
Carlos Newton

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