"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

PAULO CEZAR CAJU DIZ QUE ESTÁ TORCENDO PELA BÉLGICA NO JOGO CONTRA O BRASIL

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Paulo Cezar Caju se tornou um rebelde sem causa
Tricampeão mundial em 1970, Paulo Cezar Caju há um bom tempo não vibra pela seleção brasileira. Segundo ele, o nosso futebol distanciou-se das origens e tornou-se pragmático. Por ironia do destino, o time que ele adotou como seu é o adversário de hoje da equipe de Tite. “Não estou nem aí para a seleção”, comenta. Com opiniões firmes e personalidade forte, PC Caju não foge das divididas e fala sobre racismo, corrupção na CBF e na Fifa e a falta de posicionamento político dos nossos jogadores: “São um bando de alienados”.
Em maio, você afirmou que a lista de convocados não te empolgou e que não te entusiasma a maneira de jogar da equipe – pragmática, na sua opinião. Você também já comentou que a seleção não conta com a sua torcida há muito tempo. 
O futebol brasileiro está decadente, longe de suas origens?
As arenas no Brasil se transformaram em estádios para rico. Quem ganha mil reais não consegue ir aos jogos. E a qualidade do nosso futebol está uma porcaria. Os melhores jogadores do país estão na Europa. A seleção brasileira não me interessa, gosto de futebol bonito, não importa de onde. Independentemente se ganha título ou não, gosto da escola belga e não é de agora. Eles têm um estilo gostoso. Não quero falar sobre seleção brasileira, sobre Neymar. Não estou nem aí para a seleção, queria que acabasse tudo, que explodissem o Brasil. Estou torcendo para a Bélgica. Gosto de futebol leve, solto, limpo. A Bélgica tem jogadores talentosos que amadurecem a cada Copa. Não gosto de força, gosto da caneta, de balãozinho.
Você sempre se manifestou sobre assuntos que extrapolam os gramados. No Brasil, existe uma cultura de que futebol e política não se misturam. Não é muito comum o jogador brasileiro se posicionar politicamente ou sobre alguma questão social. Por que isso acontece? 
Porque são um bando de alienados. Sabem de tudo o que acontece. Aqui no Brasil não precisa contar com ninguém. Só depois que jogaram banana para o Daniel Alves ele foi ver que é filho de preto. O Neymar disse que não é preto. Você vê esses caras assumirem alguma posição? Nem com relação à corrupção na CBF. Um está preso (José Maria Marin, ex-presidente da entidade) e tem dois (Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, também ex-presidentes) que a Interpol só está esperando que eles pisem fora do país para prendê-los. Fui cortado da Copa de 1978 porque bati de frente com o Almirante Heleno Nunes, ex-presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos, hoje CBF). Mandei ele passear, cuidar de armas, porque de futebol ele não entendia nada. Zico, Rivellino, Luís Pereira… ninguém se levantou para me defender, mas tudo bem. Não cobrei nada de ninguém. Não dependi da minha classe, me defendi sozinho. Não vou me preocupar agora. Se eu jogasse hoje, reuniria os jogadores e falaria para não jogarmos na seleção enquanto os casos de corrupção não fossem resolvidos. Tem uma música do Bezerra da Silva que é genial: “Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão”.
Inclusive, você não poupa crítica a jogadores da seleção e ao Tite, por exemplo, que, na sua opinião, não poderiam se calar diante dos casos de corrupção da CBF.
O Tite é um pastor chato. Não suporto esse cara, estou de saco cheio dele, da escola gaúcha de Mano Menezes, Celso Roth, Dunga… Eles fizeram muito mal ao futebol brasileiro e, por causa de essa gaúcha, não temos mais um diferencial. Por falar em treinador, o Aliou Cissé, de Senegal, é o único técnico negro na Copa do Mundo e o que recebe o menor salário.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É pena que o Caju ainda continue cultivando complexo de inferioridade. Ele é um vencedor, o tempo passa, mas o complexo não diminui. Falar mal da seleção por questões pessoais é inaceitável. Pessoalmente, gosto do Caju. Na década de 70, quando era um superstar, ele frequentava meu apartamento em Copacabana, levado pelo Bayma, outro craque maravilhoso. Mas não posso aceitar este proceder dele. A seleção deve ser considerada um espaço nobre na sociedade brasileira, especialmente porque nela não há racismo e os melhores são escalados. Mas para Caju isso nem interessa. (C.N.)

06 de julho de 2018
Bruno Mateus
O Tempo

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