"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

MARUN É INVESTIGADO POR TER LIGAÇÃO COM FRAUDES NO MINISTÉRIO DO TRABALHO

Marun
Desta vez, o ministro Marun nem quis receber a imprensa 
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), um dos principais articuladores políticos do governo Michel Temer, é suspeito de envolvimento com a suposta organização criminosa que, segundo a polícia e o Ministério Público, fraudava registros sindicais no Ministério do Trabalho. A Polícia Federal pediu autorização para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços de Marun e de sua chefe de gabinete, Vivianne de Melo, mas a Procuradoria-Geral da República entendeu que, por ora, não havia provas de que o emedebista integrava a organização criminosa.
No despacho de sexta (29) em que afastou do cargo o ministro do Trabalho, Helton Yomura, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator das investigações da Operação Registro Espúrio, concordou com o posicionamento da PGR, mas destacou trechos que reforçam suspeitas sobre Marun.
INFLUÊNCIA – Em suas manifestações ao Supremo, a PF e a PGR apontaram que materiais apreendidos anteriormente pela Registro Espúrio, como mensagens de celular, mostram que Marun “se vale de sua força política para solicitar concessões de registros das entidades [sindicais] de seu interesse”.
Há conversas entre a chefe de gabinete de Marun, Vivianne, e Renato Araújo Júnior, ex-coordenador de Registro Sindical do Ministério do Trabalho atualmente preso, que, para os investigadores, evidenciam as demandas do ministro da Secretaria de Governo dentro do Ministério do Trabalho.
Em relatório, os investigadores registraram que, em 23 de maio deste ano, Júlio de Souza Bernardo, o Júlio Canelinha, chefe de gabinete do ministro do Trabalho preso nesta quinta-feira (5), enviou uma mensagem a Araújo Júnior na qual pediu que um despacho no Diário Oficial da União fosse revertido para atender a um pleito de Marun. A publicação contrariava interesses do ministro.
BRIGA POLÍTICA – O despacho retirava o termo “cooperativas” do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas de Carnes de Derivados, Indústrias da Alimentação de São Gabriel do Oeste (Sintrael), em Mato Grosso do Sul, base eleitoral do ministro. Também excluía a cidade de São Gabriel da base territorial do Sindicato Estadual dos Trabalhadores Celetistas nas Cooperativas no Mato Grosso do Sul (Sintracoop-MS).
Conforme mensagens do ministro Yomura com auxiliares, interceptadas na operação, a decisão publicada no Diário Oficial era para atender aos interesses do Solidariedade em Santa Catarina, mas desagradou a Marun.
A PF registrou que, em mensagem de 25 de maio de 2018, Júlio Canelinha retornou ao assunto das demandas repassadas por Marun, pedindo informações sobre o que já havia sido resolvido.
FAZIA PRESSÃO – “Percebe-se que, pela insistência, Júlio Canelinha está sendo cobrado para dar celeridade nos processos de interesse do ministro Marun, pressionando Renato a priorizar tais processos”, diz o relatório.
“Os interesses políticos norteiam os trabalhos da Secretaria das Relações do Trabalho, contaminando todo o processo de concessão de registros sindicais, com fins de recebimento de vantagens, sejam elas políticas ou econômicas”, acrescentou.
OUTRO LADO – Marun e sua assessoria não atenderam aos telefonemas da reportagem. O advogado Breno Valadares, que integra a defesa de Yomura, disse que todas as medidas tomadas pelo ministro “estão em conformidade com a lei e com o interesse público”.
A reportagem não localizou representantes de Renato Araújo Júnior e Júlio de Souza Bernardo, o Júlio Canelinha.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Uma das melhores notícias dos últimos tempos foi o anúncio de que Marun não será candidato nestas eleições e está decidido a abandonar a política. Antes tarde do que nunca, como se dizia antigamente(C.N.)

06 de julho de 2018
Deu em O Tempo
(FolhaPress)

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