Se Geisel não reprimisse a linha dura, os militares radicais ia continuar matando, derrubando a legitimidade e a força do governante. Geisel era um presidente que não tinha votos. Portanto, não detinha a legitimidade das urnas e dependia do apoio da caserna para governar. Mas se ele continuasse reprimindo a linha dura no mesmo nível, ele não conseguiria fazer a abertura. Então, o que o Geisel decidiu foi chamar a si a responsabilidade (da repressão), para poder abrir – mesmo que essa abertura fosse de cunho repressor. No documento da CIA, o então general João Figueiredo, chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), aparece como o implementador dessa política.
Isso mostra que Geisel optou pelo mal menor. Ele foi, sim, o maior responsável pela abertura e pela posterior anistia. Se não fosse a coragem dele e também , em uma escala menor, do general Figueiredo, a linha dura teria se agigantado muito mais e em vez de dezenas talvez centenas ou milhares tivessem sido mortos.
O CASO HERZOG – Para ficar num só exemplo, a morte de Vladimir Herzog não teve nada a ver com ordens de Geisel, muito pelo contrário. E a execução do jornalista implicou na retirada do general Ednardo D’Ávila Mello, que comandava o II Exército em 1976. Depois, teve de demitir o Ministro do Exército, general Sylvio Frota, em outro ato de coragem.
Geisel teve que ter muito peito para fazer isso, inclusive ele quase foi escorraçado do poder pela linha dura, em 1977. Seria o golpe dentro do golpe. Por isso, a memória do general e presidente Ernesto Geisel tem que ser tratada com muito respeito. Não foi nada fácil enquadrar a linha dura das Forças Armadas para iniciar a devolução do poder aos civis.
BOLSONARO – E por que esse estardalhaço todo, já passados quatro anos da liberação desse documento por parte da CIA? É pura coincidência pelo fato do Bolsonaro estar liderando as pesquisas. Claro que não.
Não voto no Bolsonaro, ao menos não no primeiro turno, prefiro uma opção mais conciliadora, mas dependendo contra quem ele estiver num segundo turno, com certeza voto nele.
É simplesmente ridícula essa opção da midia mainstream em querer destruir uma candidatura que se mostra cada dia mais forte. Por que não se unem em torno de um candidato do seu agrado, seja o Geraldo Alckmin, seja o Alvaro Dias ou mesmo o Henrique Meirelles. Eu já disse que qualquer um desses três é plenamente qualificado para presidir o país. Se unam para construir algo e não para destruir, até mesmo porque isso pode se mostrar improdutivo. Quanto mais se bate no Bolsonaro, parece que ele cresce ainda mais.
15 de maio de 2018
Willy Sandoval
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