"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 29 de março de 2018

A GRANDE PIADA: MARCO AURÉLIO MELLO CULPA CÁRMEN LÚCIA PELO DESGASTE DO STF

Resultado de imagem para marco aurelio mello charges
Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)
O feriado prolongado não deve aliviar a crise no Supremo Tribunal Federal. Sob críticas desde a semana passada, o ministro Marco Aurélio Mello culpa a presidente Cármen Lúcia pelo desgaste da Corte. Ele afirma que a ministra errou ao antecipar o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula.
Na opinião de Marco Aurélio, a decisão de Cármen expôs o Supremo às tensões da guerra política. Ele insiste que era melhor ter julgado as duas ações genéricas que questionam a prisão de réus condenados em segunda instância.
“O desgaste para o tribunal está terrível. Isso demonstra que a estratégia da presidente foi falha”, afirma. “Foi muito ruim julgarmos só o caso do ex-presidente. Agora estamos pagando um preço incrível”.
APEQUENAR O STF – O ministro é relator das duas ações na gaveta de Cármen. Ele liberou os processos em dezembro, mas a presidente resiste a submetê-los ao plenário. Ela já declarou que reabrir o debate agora significaria “apequenar” o Supremo.
“Não sei por que a presidente não quer colocar essas ações em pauta. Pode ser a preocupação com o acompanhamento da sociedade. Talvez ela não tenha tido visão das consequências que isso teria para o tribunal. Agora o estilingue tem atuado”, diz Marco Aurélio.
Na última quinta-feira, o ministro protagonizou uma cena inusitada ao interromper o julgamento de Lula. Ele sacou um bilhete aéreo do bolso e informou que precisava pegar um voo para o Rio. Em seguida, a Corte decidiu suspender a sessão e conceder um habeas corpus provisório ao ex-presidente.
“CRUCIFICADO”– No dia seguinte, Marco Aurélio reclamou das críticas e disse estar sendo “crucificado”. “Acabei pagando o pato. Outros três colegas tinham viagens marcadas na mesma noite”, defende-se. “Não podia deixar de cumprir um compromisso que assumi com antecedência”, argumenta.
O ministro diz que o tribunal não deve se preocupar com a cobrança das redes sociais. “O patrulhamento hoje em dia é inexcedível. Faz parte, é a nova realidade brasileira”, afirma. “Há um segmento barulhento que pressiona e busca resultados na Corte. Nós não devemos ter preocupação com isso. O Supremo às vezes tem que ser contramajoritário, desde que siga o que está na lei e na Constituição”.

29 de março de 2018
Bernardo Mello Franco
O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário