"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

UNILEVER AMEAÇA GOOGLE E FACEBOOK POR FAKE NEWS E MENSAGENS DE ÓDIO

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Segundo maior anunciante impõe suas condições
Keith Weed, diretor de marketing da Unilever, segunda maior anunciante do mundo, em evento na segunda-feira à noite na Califórnia, atacou fortemente o Google e o Facebook e ameaçou cortar a verba publicitária que vem sendo aplicada nas duas empresas digitais. Isso porque a Unilever, que controla as marcas Dove, Hellmans, Omo e Kibon, não deseja que a veiculação de seus produtos seja colocada nas mesmas plataformas em que são veiculadas as fake news, mensagens de ódio, incentivo à violência, apologia do racismo e textos propositalmente negativos.
A verba publicitária da Unilever, em 2017, alcançou 9,4 bilhões de euros, dos quais 1/3 foram destinados ao Facebook e ao Google. Keith Weed disse que o Facebook e o Google deveriam criar divisões para extinguir a transmissão do ódio e de preconceitos. Frisou que a empresa da qual é diretor de marketing não quer anunciar mais em espaços sem transparência e que também segreguem e pratiquem exclusões.
CONCORRÊNCIA – A Unilever é a segunda, só fica atrás da Procter Gamble, a qual no final do ano passado já cortou uma publicidade parcial de 100 milhões de dólares. Os recursos da Unilever são medidos em euros porque a marca está registrada como britânica e holandesa, ao contrário da Gamble. Para se ter uma ideia da dimensão da Unilever, ela faturou no ano passado 53,7 bilhões de euros e teve um lucro líquido de 6,5 bilhões. Possui no mundo 160 mil funcionários. Sua principal concorrente, a Procter Gamble, controla, entre outras marcas a Colgate e a Palmolive. Mas esta é outra questão.
A matéria divulgada através da agência Reuters, foi publicada com destaque ontem pelo O Globo, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo. O problema é complexo, não se sabendo ao certo se o Facebook e o Google possam controlar os conteúdos a eles dirigidos e por eles divulgados largamente.
PRÉ-SELEÇÃO – Seria necessário que houvesse uma pré-seleção, como acontece nos jornais, revistas, emissoras de TV e rádio. O volume de conteúdos é enorme e isso torna possível que o Facebook e o Google não possuam instrumentos capazes de não transmitir os textos condenados por Keith Weed. O impasse está criado nitidamente, depois da ameaça pública feita diretamente pela Unilever. Fica aí, portanto , um desafio para a tecnologia moderna, que produz extraordinária rapidez em comunicação de forma imediata.
A comunicação no mundo de hoje possui uma velocidade entre as da luz e do som. Me lembro que antigamente a comunicação jornalística, principalmente no plano internacional, era feita através de cabogramas. Depois passou a ser através de teletipos, no caso das fotografias por intermédio de fotogramas. Os teletipos eram receptores, na década de 60 foram substituídos pelos aparelhos de telex, os quais permitiam uma comunicação dupla. Mas hoje tudo circula pela internet, uma rede universalmente ligada.
Não se pode desligar o progresso. Fica aí, assim colocado, o desafio da Unilever.

15 de fevereiro de 2018
Pedro do Coutto

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