"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

MUDAR NÃO É TROCAR ALHOS POR BUGALHOS

As eleições se aproximam, e candidatos, aos milhares de cargos, estarão à disposição do eleitor para escolher os que melhor possam representá-lo na direção do país.

Além do presidente, entregaremos nosso futuro a governadores e seus vices, senadores e seus suplentes (ainda não foi possível acabar com esta excrescência da legislação), deputados federais, estaduais e distritais. Alguns desses personagens há anos dominam o poder executivo e o poder legislativo. Na esteira da dominação ainda indicam ministros, embaixadores e uma enorme gama de protegidos que, por sua vez, se prestam a controlar seus subordinados, aparelhando empresas públicas e enchendo de funcionários seus gabinetes em funções ditas de confiança.

Com a nova legislação exigida nas ruas pela população, o quadro mudou fazendo com que marginais travestidos de políticos tivessem seus crimes descobertos e expostos nas redes sociais e na mídia, encostando essa gente no paredão da moralidade e da ética.

São fuzilados simbolicamente, mas, misteriosamente, renascem nas campanhas eleitorais apresentando aos seus descrentes eleitores suas novas caras como se fossem máscaras sobre a verdadeira face.

Cínicos, continuam acreditando que mantêm o controle sobre seus comandados, comparecem a batizados, missas, reuniões familiares e tudo mais do que necessitam para iludir os mesmos eleitores que bateram panelas para retirá-los do poder. Os fantoches, manipulados pelos cordões do pilantra, se sujeitam a soletrar as mesmas promessas de não roubar, não deixar roubar, respeitar o cidadão, expor as contas dos gastos e mentir, mentir, mentir no lugar do seu senhor.

Ao eleitor caberá não votar na esposa preparadíssima para o cargo, pois treinada por seu marido excluído da política por atos ilícitos. Caberá também tirar do seu pensamento a possibilidade de votar no filho daquele que escondeu dinheiro sob as vestes, ou no pai idoso que terá como suplente um malandro com expectativa de assumir o mandato brevemente e, ainda, em descendentes daqueles que enriqueceram no exercício da função pública, os quais morreram, adoeceram ou cansaram de receber eleitores em suas residências.

É bom examinar com cuidado o financiamento com recursos próprios, afinal, será muito desprendimento para colocar 70 milhões de reais na disputa presidencial e outros tantos milhões nas demais campanhas.

Será melhor escolher um candidato de ficha limpa que se disponha a apresentar propostas factíveis de serem realizadas, além de se comprometer a não usar os mesmos métodos que nos levaram ao caos e sermos motivo de piadas mundo afora.

Olhos bem abertos para enxergar o que há por baixo das máscaras. Mudar não é trocar alhos por bugalhos.


15 de fevereiro de 2018
Paulo Castelo Branco

Nenhum comentário:

Postar um comentário